Na última quinta-feira (3), a greve dos professores da rede municipal de Belo Horizonte chegou ao 28º dia sem qualquer avanço nas negociações com a prefeitura. A paralisação continua mobilizando a categoria, que reivindica reajuste salarial, melhores condições de trabalho e valorização profissional diante da negligência do governo municipal.
Em resposta à tentativa da prefeitura de isolar o movimento e jogar a opinião pública contra os trabalhadores, manifestações de apoio à greve vêm se multiplicando pela cidade. Diversas faixas foram instaladas por famílias de alunos em unidades escolares e em pontos centrais da capital mineira. Uma delas, fixada na rua Bahia, próxima à sede da prefeitura, afirma: “famílias dos alunos da rede municipal de educação de Belo Horizonte apoiam a luta dos professores. Valoriza a educação Damião [Álvaro Damião prefeito da capital mineira]!”.
A presença dessas faixas demonstra que, ao contrário do que tenta propagar o governo municipal, os grevistas não estão isolados. Pais e a população reconhecem a legitimidade da luta e denunciam a inércia do governo diante do colapso nas condições de trabalho dos educadores.
A greve tem sido marcada por assembleias massivas, atos públicos e resistência da categoria mesmo diante da tentativa de repressão e intimidação por parte da prefeitura. A próxima assembleia-geral está prevista para ocorrer ainda nesta semana, com a expectativa de fortalecer ainda mais o movimento.
O caso revela também a força do projeto de desmonte da educação pública, capitaneado pelo governo. Ao recusar-se a atender às reivindicações mínimas dos trabalhadores, o prefeito mantém os ataques contra o ensino, afetando diretamente milhares de estudantes da rede.
A luta dos professores de Belo Horizonte faz parte da resistência nacional contra a política neoliberal de ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores. É preciso fortalecer a mobilização e exigir que a prefeitura atenda às reivindicações da categoria imediatamente.