Na última sexta-feira (30), a professora Silvaneide Monteiro Andrade, de 56 anos, morreu após sofrer um infarto no Colégio Estadual Cívico-Militar Jayme Canet, em Curitiba. A APP-Sindicato atribui o óbito às condições estressantes impostas aos professores, com pressões por metas em plataformas educacionais.
Silvaneide, docente de Língua Portuguesa, foi chamada à sala pedagógica durante uma aula e sofreu o infarto. Socorrida, não resistiu. A presidente do sindicato, Walkiria Mazeto, declarou: “a morte da professora Silvaneide tem causado comoção em toda a categoria, que tem relacionado as circunstâncias do óbito às pressões e às condições de trabalho que temos vivenciado.” Ela destacou: “ela era professora de Língua Portuguesa, disciplina que tem exigido grande interação nas plataformas, com metas, o que tem trazido pressão, assédio e adoecimento.”
O professor Paulo Vieira reforçou: “ela infartou dentro da escola, na sala da pedagogia, na frente de uma tutora. Foi chamada para prestar contas, porque não estava conseguindo dar conta das redações da plataforma e de todas essas cobranças absurdas que a gente sofre todos os dias.” As plataformas, adotadas pelo governo de Ratinho Júnior, são criticadas por sobrecarregar docentes.
Relatórios da APP-Sindicato apontam que 70% dos professores da rede estadual relataram problemas de saúde mental em 2024, ligados a pressões por produtividade. O modelo cívico-militar, implementado em 200 colégios no Paraná, intensifica a cobrança por resultados, segundo o sindicato. Dados do Ministério da Saúde mostram que casos de infarto entre professores cresceram 12% no Brasil entre 2019 e 2024.
As condições de trabalho impostas aos professores, agravadas por metas irreais, contribuem para o adoecimento e tragédias como a de Silvaneide.