A Justiça reabriu o caso de uma professora encontrada morta com 20 facadas em 2011, nos EUA, num aparente homicídio que posteriormente foi tratado como suicídio pela polícia. As informações são da CNN Internacional.
Ellen Greenberg, 27, foi encontrada morta em seu apartamento na Filadélfia, Pensilvânia, com 20 ferimentos de faca, incluindo 10 nas costas e na nuca. A cena apresentava elementos contraditórios: enquanto a cozinha parecia em uso, com uma salada de frutas sendo preparada, o corpo de Ellen estava coberto de hematomas em diferentes estágios de cicatrização.
A mudança da causa da morte de homicídio para suicídio ocorreu após uma reunião privada entre o médico legista Marlon Osbourne e a polícia. Detalhes dessa reunião nunca foram divulgados, gerando desconfiança por parte da família Greenberg e especialistas, revelou a Fox News.
A Justiça aceitou revisar o caso após anos de esforços dos pais de Ellen, Dr. Josh e Sandee Greenberg. O processo foi levado à Suprema Corte da Pensilvânia e está sendo analisado também pela Procuradoria Distrital de Chester County. Os Greenberg pedem que a causa da morte seja alterada para “homicídio” ou “indeterminada”, e alegam falhas graves e encobrimento no processo investigativo.
A família contratou especialistas independentes que apontaram fortes indícios de homicídio. O patologista Cyril Wecht afirmou que a tese de suicídio é “altamente improvável”, considerando que dois ferimentos foram infligidos após o coração de Ellen ter parado de bater.
Durante uma audiência recente, o juiz Michael Erdos criticou duramente as falhas no caso. Ele se disse “estupefato” com a manutenção da causa da morte como suicídio e ressaltou que a cena do crime foi comprometida ao ser limpa antes que investigações completas fossem realizadas, aponta o New York Post.
O CASO
Ellen Greenberg foi encontrada morta em 26 de janeiro de 2011, em um cenário cheio de contradições. Ela havia deixado o trabalho mais cedo devido a uma nevasca e foi encontrada pelo noivo, Sam Goldberg, com uma faca cravada no peito. A cozinha não apresentava sinais de arrombamento, mas Goldberg afirmou ter quebrado a porta para entrar no apartamento, apurou a Fox News.
Mensagens enviadas pelo noivo pouco antes da descoberta do corpo levantam suspeitas. Entre 17h32 e 17h54, Goldberg enviou textos insistentes para Ellen, incluindo frases como “Abre essa porta” e “É melhor você arranjar uma desculpa”. Ele chamou a emergência às 18h33.
A investigação inicial foi marcada por erros e possíveis interferências. A polícia permitiu que a cena fosse limpa por uma empresa contratada antes da coleta de todas as evidências. O tio de Goldberg, o juiz James Schwartzman, também foi autorizado a entrar no apartamento e retirar pertences de Ellen, como seu computador e celular.
Um vídeo gravado pelo zelador do prédio antes da limpeza foi entregue à polícia, mas nunca foi encontrado nos registros da investigação. A família questiona por que materiais tão importantes não foram preservados, segundo o New York Post.
Além das observações de Wecht, outros especialistas destacaram que os 20 ferimentos, especialmente os localizados nas costas, tornam a hipótese de suicídio altamente improvável. Dois dos ferimentos ocorreram após a morte de Ellen, reforçando as suspeitas de homicídio.
Goldberg alegou que a porta estava trancada e que precisou arrombá-la, mas especialistas apontaram que o dano na porta não condiz com sua versão.
A psiquiatra da professora, Ellen Berman, afirmou que ela sofria de ansiedade, mas não tinha histórico de pensamentos suicidas. Este fato, somado aos hematomas e às circunstâncias da morte, levou os pais de Ellen a contestar a reclassificação do caso.
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