Sem alívio no tarifaço de Donald Trump, o setor cafeeiro brasileiro já deixou de exportar 500 mil sacas para os Estados Unidos desde 9 de julho. Produtores de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo amargam custos com armazenagem e colheitas estocadas, enquanto concorrentes como Vietnã e Colômbia avançam, ainda que não tenham escala para suprir a demanda americana. Como o Brasil representa um terço do consumo de café nos Estados Unidos, os exportadores já articulam diálogo com o Planalto em busca de isenções e apoio financeiro emergencial.
No Cerrado Mineiro, Marcelo Nogueira Assis (foto/Mariana Lopes), CEO da Fazenda Bioma Café, avalia que a situação é crítica. Mas tem esperança. “A tarifa compromete diretamente nossa competitividade no mercado externo e pode afetar toda a cadeira produtiva, do campo até as pequenas torrefações. Mas acredito muito na força do café brasileiro e na capacidade de diálogo entre as nações. Seguiremos buscando novos mercados, fortalecendo as relações com compradores, investindo sempre em qualidade, responsabilidade e inovação.”