A produção de veículos no Brasil subiu 7,8% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 1,226 milhão de unidades, segundo dados da Associação nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Embora veja o dado isolado como favorável, a associação afirma que o contexto do mercado traça um segundo semestre “bastante desafiador” para o setor -a começar pela base de comparação, que se dá em comparação a um fraco primeiro semestre de 2024.

“Nos últimos dois meses houve queda no ritmo de produção, e uma queda de mais de 600 vagas diretas na indústria automotiva”, destaca a Anfavea.

Ao mesmo tempo, a entidade credita boa parte do crescimento de produção ao aumento de 59,8% nas exportações (264,1 mil unidades), puxado pela “surpreendente recuperação” do mercado da Argentina, e não houve altas relevantes nos envios para outros mercados. No semestre, 60% dos embarques foram para a Argentina.

Dados modestos no mercado doméstico

Para a Anfavea, os dados do mercado doméstico são “mais preocupantes”: quase 1,2 milhão de unidades foram emplacadas no primeiro semestre, 4,8% acima do visto no “modesto” primeiro semestre de 2024.

“Uma análise mais acurada revela que os autoveículos nacionais subiram 2,6% nesse período, enquanto os importados cresceram 15,6%”, diz a Anfavea, ressaltando que as vendas de veículos leves nacionais caíram 10% no varejo, na comparação com o primeiro semestre de 2024, enquanto modelos vindos da China representaram 6% do mercado brasileiro.

A situação é considerada ainda mais sensível no segmento de caminhões: os emplacamentos no semestre recuaram 3,6% em relação ao mesmo período de 2024. A produção está 3,1% mais alta, mas vem desacelerando a cada mês. As melhores notícias vêm do segmento de ônibus, com alta de 7,3% na produção e de 31,3% nas vendas.

As importações acumuladas do primeiro semestre cresceram 15,6%, chegando a 228,5 mil unidades – de acordo com a Anfavea, tal volume representa a produção anual de uma fábrica nacional de grande porte, com mais de 6 mil funcionários diretos, sem levar em conta as vagas geradas na cadeia de fornecimento.

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Last Update: 07/07/2025