A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou dados referentes ao primeiro bimestre do ano que mostram o crescimento de 14,8% na produção de veículos no Brasil em comparação com o mesmo período de 2024. Este resultado mostra a forte recuperação da indústria automotiva sob o governo Lula com o melhor primeiro bimestre desde 2021.
A produção segue o crescimento visto no mês anterior, quando o setor automotivo teve o melhor janeiro desde 2021, com 175,5 mil unidades e crescimento de 15% na produção de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus). Em fevereiro foram 217,4 mil unidades produzidas, o melhor resultado para este mês desde 2019.
Na soma do bimestre são 392,9 mil unidades que saíram da linha de montagem e perfazem o crescimento de 14,8%.
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De acordo com a Associação, este bom momento do setor tem como impulso duas situações: a alta nas exportações e o mercado interno aquecido.
Sobre as exportações, houve crescimento de 172% nos envios de veículos para a Argentina em janeiro e fevereiro. Outros países que são destaque ao receberem veículos brasileiros são Colômbia, Uruguai e Chile. Ao todo saíram do Brasil 76,7 mil unidades (62% desse valor direcionado para a Argentina), o que presenta crescimento de 55% em relação aos dois primeiros meses do ano anterior.
No que diz respeito ao mercado doméstico, no primeiro bimestre as vendas alcançaram 356,2 mil unidades, o melhor momento desde 2020. No mês de fevereiro a média diária de emplacamentos foi de 9.248, aumento de 19% em comparação com janeiro.
O segmento que teve maior alta foi o dos ônibus nestes dois meses. Os ônibus emplacados foram 3,7 mil, crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano de 2024, e foram produzidas 4,3 mil unidades, aumento de 11%.
“Os motivos para essa aceleração são as entregas dentro do programa Caminho da Escola e o reaquecimento do transporte municipal”, destaca a Anfavea.
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Outro segmento em crescimento é o de caminhões, com alta de 11% em vendas e produção, sob efeito ainda da Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas) em novembro. No entanto, é ponderado que a área é fortemente afetada pela taxa de juros, o que preocupa as montadoras.
“A elevação da taxa de juros gera grande preocupação para as fabricantes, que já notam uma menor procura nas concessionárias, e isso pode se refletir nos números dos próximos meses. Ao contrário dos segmentos de veículos leves, caminhões dependem essencialmente de financiamento para a concretização de vendas”, destaca a entidade.
Emprego
Com a produção aquecida, o mercado de trabalho segue em crescimento contínuo entre as fabricantes há mais de um ano.
Segundo a Anfavea, a indústria automobilística abriu mais de 8 mil vagas diretas nos últimos 12 meses.