Procurador que matou esposa e bebê era bolsonarista, “pró-vida” e defendia armar a população

O procurador jurídico Rafael Horta, a esposa Cristiane Laurito e o bebê: assassinados

O procurador municipal de Limeira (SP) Rafael Horta, 40, que matou a esposa e o filho de dois meses nesta sexta-feira (6), e se suicidou logo depois, utilizou uma arma legalizada para cometer os crimes.

Ele era CAC (colecionador de armas), bolsonarista convicto, defensor do ex-juiz Sergio Moro e do direito do cidadão de bem de portar armas para defender sua própria família e manifestamente contra o aborto, por entender que “a vida é sagrada desde a sua concepção”.

De acordo com o delegado da Polícia Civil de São Paulo João Vasconcelos, responsável pelas investigações, os homicídios ocorreram na manhã desta sexta, antes das 7h.

Quem primeiro avistou a cena dos crimes foi o pai de Horta. Ele afirmou à polícia ter ido até a casa da família assassinada para buscar o neto para uma consulta médica.

No local, o avô disse ter percebido que a família não atendia à campainha, tendo decidido então entrar no domicílio (ele não esclareceu se tinha a chave ou se a porta estava destrancada), onde encontrou a cena do crime em um dos quartos.

Ainda segundo a autoridade policial, a suspeita é de que as mortes tenham sido causadas por disparos de arma de fogo. Um revólver foi encontrado ao lado da cama onde estava a família morta. A arma, agora, será periciada pela Polícia Civil de São Paulo. Os corpos passarão por autópsia.

O que já se sabe, porém, conforme o DCM apurou, é que o procurador municipal possuía arma de fogo legalizada, era um colecionador de armamentos e defendia publicamente o “direito do cidadão de portar armas para defender sua família”.

Além disso, para Horta (pelo menos, em teoria), a vida era sagrada desde a concepção,  motivo pelo qual ele era contra a legalidade do aborto.

O procurador costumava defender em suas redes sociais os posicionamentos da direita brasileira e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Acusava o STF (Supremo Tribunal Federal) de estar em busca de construir uma ditadura no Brasil. Afirmava que “Supremo é o povo” (em oposição ao STF). Defendia o ex-juiz Sergio Moro e o coach Pablo Marçal. Acreditava que a teoria de que o planeta Terra é plano era “uma questão de escolha”.

Veja, abaixo, algumas das publicações de Rafael Horta em suas redes sociais,  que ainda estavam no ar até a publicação desta reportagem.

 

Para o procurador bolsonarista que matou sua família com a arma que possuía, casar -se com alguém que possui arma legalizada é um fator de segurança (crédito: reprodução)
“Supremo é o povo”, dizia o procurador que matou a família e se suicidou (crédito: reprodução)
Para o procurador que matou a família, a vida é sagrada desde a concepção (crédito: reprodução)
Rafael Horta era apoiador de Pablo Marçal (crédito: reprodução)
Procurador municipal que matou a família era apoiador do ex-juiz Sergio Moro (crédito: reprodução)

 

Durante o governo Bolsonaro, Rafael Horta era crítico à oposição e apoiador do então presidente  (crédito: reprodução)
Se a Terra é plana ou não, é questão de opinião (crédito: reprodução)
O que são os direitos trabalhistas, segundo Rafael Horta (crédito: reprodução)
Na dúvida, melhor ser coxinha, dizia Rafael Horta (crédito: reprodução)

 

 

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