A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito da Polícia Federal (PF) contra o youtuber bolsonarista Allan dos Santos. Em uma manifestação enviada nesta quarta-feira (17), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu que a PF investigue se Allan faz parte de uma atuação coordenada com o fim de, deliberadamente, difundir informações falsas nas redes sociais.
O caso em questão envolve uma captura de tela manipulada que foi atribuída falsamente à jornalista Juliana Dal Piva. Em 21 de junho, bolsonarista publicou em suas redes sociais um suposto diálogo no qual Dal Piva confessaria conhecer um plano do ministro do STF, Alexandre de Moraes, em conluio com a PF, para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A PGR afirmou que a mensagem é falsa.
A jornalista relatou ao STF a manipulação da captura de tela, e com o parecer da PGR, que também defende o bloqueio das contas de Santos, o processo será analisado pelo relator, Alexandre de Moraes.
A petição protocolada pelos advogados foi direcionada diretamente ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e solicita a inclusão do caso nos autos do inquérito das milícias digitais. O blogueiro, que está foragido nos Estados Unidos, publicou na última semana prints de conversas falsas no Instagram e acusou a jornalista de ameaças.
A defesa de Dal Piva ainda pediu uma perícia nas imagens com as mensagens falsas, que mencionam o nome de um delegado da Polícia Federal e criticam as investigações.
“Considerando que o crime que será exposto na presente notitia criminis foi praticado contra funcionária pública (delegado federal) em razão do exercício de suas funções, e, em nosso entendimento, ataque misógino coordenado contra a peticionária, pugna-se para que esta notícia crime seja remetida aos respectivos órgãos ministeriais competentes para a propositura das ações penais”, diz a petição.
Allan é alvo de dois inquéritos no STF por propagação de desinformação e já possui um mandado de prisão preventiva e uma ordem de extradição. Atualmente, Santos está foragido e residindo nos Estados Unidos.
Se o bloqueio das contas solicitado pela PGR for julgado procedente, ele se somará a uma série de outras determinações judiciais anteriores contra o blogueiro. Desde julho de 2020, quando teve seus perfis retidos nas redes sociais pela primeira vez, Santos tem driblado as decisões da Justiça criando novas contas para continuar suas atividades online.