O líder político de extrema direita e candidato à prefeitura de São Paulo, João Paulo Marçal, enfrenta uma ação na Justiça Eleitoral que pede a suspensão do registro de sua candidatura e a abertura de uma investigação por abuso de poder econômico.
De acordo com o Ministério Público, Marçal incentiva seguidores a criar perfis nos quais compartilham conteúdo produzido por ele mesmo, sob o argumento de que isso poderá torná-los ricos. A estratégia levou à formação de uma “constelação” de contas que repercutem todo tipo de material do líder político, inclusive aqueles que ele nem veicula em sua página oficial.
Além de conteúdos favoráveis ao líder político, vídeos com desinformação e mensagens falsas sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, no mês passado, foram gerados por duas das maiores contas de apoio ao empresário e somam ao menos 35 milhões de visualizações.
O promotor eleitoral, Fabiano Augusto Petean, aponta que o estímulo das redes sociais para replicar a propaganda eleitoral é financiado, mediante a promessa de pagamentos aos “cabos eleitorais” e “simpatizantes” para que as ideias sejam disseminadas no sentido de apoio eleitoral à sua candidatura.
O Ministério Público Eleitoral considera que o abuso de poder econômico e a omissão do dinheiro desempenhado para os pagamentos e impulsionamento de tais publicidades são “comportamentos que depõem desfavoravelmente” ao registro de candidatura de João Paulo Marçal, o que caracteriza financiamento não declarado de campanha, comprometendo “sistematicamente as contas a serem analisadas”.
João Paulo Marçal foi condenado por golpes e fraude em 2005 e chegou a passar dois dias na prisão. Ele foi condenado a quatro anos e cinco meses em regime semiaberto pela Justiça Federal em Goiás, mas o caso prescreveu.
O esquema envolvia o que se convencionou chamar de phishing, um velho método de fisgar pessoas na internet e induzi-las a clicar em links de sites que instalam vírus em seus computadores e celulares.
Marçal foi condenado por golpes e fraude
Diferente do que o líder político alega nos debates eleitorais, João Paulo Marçal foi condenado e chegou a passar dois dias na prisão, em 2005, em um processo por furto por participação em uma quadrilha de fraude bancária.