Cicatriz na nuca do presidente Lula após acidente doméstico. Foto: Adriano Machado/Reuters

A equipe médica do presidente Lula anunciou que ele passará por um procedimento endovascular de embolização da artéria meníngea média nesta quinta-feira (12). A intervenção não é considerada uma cirurgia, mas um procedimento mais simples, realizado para reduzir os riscos de novos sangramentos.

Esse procedimento, semelhante a um cateterismo, é realizado para bloquear o fluxo sanguíneo em um vaso da região da cabeça. A intervenção é indicada para tratar um hematoma subdural crônico, que consiste no acúmulo de sangue entre o cérebro e o tecido protetor, geralmente causado por uma pancada.

O hematoma subdural crônico ocorre, em muitos casos, após um trauma na cabeça, que rompe pequenos vasos sanguíneos, resultando no acúmulo de sangue. Esse acúmulo pode pressionar o cérebro e provocar sintomas como dor de cabeça, confusão mental ou fraqueza.

A embolização tem como objetivo interromper o funcionamento do vaso que alimenta o sangramento, reduzindo o risco de agravamento ou recorrência. Segundo a equipe médica, o procedimento é descrito como “complementar à cirurgia”.

Ainda de acordo com os médicos, a embolização não é invasiva e será realizada em uma sala de cateterismo, e não em um centro cirúrgico. O procedimento deve durar cerca de uma hora e não comprometerá a alta hospitalar do presidente, que está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Centro cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês. Reprodução

Inicialmente, o presidente receberá sedação ou anestesia local, permanecendo relaxado e sem dor. Em seguida, o médico introduzirá um pequeno tubo em uma artéria localizada na virilha ou no braço, que será guiado até a artéria meníngea média do crânio com o auxílio de imagens de raio-x.

A embolização, propriamente dita, consiste na aplicação de uma substância especial (como partículas, cola médica ou pequenas espirais de metal) para bloquear o fluxo sanguíneo no vaso comprometido, interrompendo o suprimento de sangue para o hematoma.

Esse procedimento proporciona uma recuperação mais rápida e menos invasiva em comparação com uma cirurgia aberta no crânio, podendo evitar a necessidade de intervenções mais complexas. Geralmente, o paciente é monitorado por algumas horas ou até um dia no hospital, sendo liberado para retomar suas atividades normais em poucos dias.

O médico de Lula, Roberto Kalil Filho, destacou que a embolização já vinha sendo considerada como um “complemento”. “Quando você drena um hematoma, existe uma pequena possibilidade de que, no futuro, as pequenas artérias da meníngea ainda possam causar um novo sangramento”, explicou.

Quadro de saúde de Lula

O presidente teve que passar por uma cirurgia de emergência na última terça (10) após sentir dores de cabeça e sonolência, tendo que ser internado às pressas. Os sintomas são consequências de uma queda que o petista sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada em 19 de outubro.

Lula foi encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde segue em observação, após a cirurgia. A equipe médica afirmou, nesta quarta (11), que ele está “lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem”.

Last Update: 11/12/2024