O ex-prisioneiro israelense Keith Siegel, recentemente liberto após 15 meses em Gaza, afirmou que os combatentes da resistência palestina garantiram que todas as suas necessidades fossem atendidas durante o cativeiro.
O cidadão com dupla nacionalidade EUA-“Israel” estava entre os três prisioneiros libertados no sábado (1). Antes de sua libertação, Siegel gravou uma mensagem de despedida para “agradecer ao Al-Qassam por tudo“, dizendo: “Vocês foram bons conosco nos últimos 15 meses”.
Ele destacou que: “os combatentes que me guardaram durante esse período garantiram que todas as minhas necessidades fossem atendidas, incluindo comida, bebida, remédios, vitaminas, tratamento para os olhos, monitor de pressão arterial e outras necessidades”.
Siegel afirmou que os combatentes da resistência “se certificaram de trazer alimentos adequados à minha condição de saúde, comida vegetariana, sem óleo” e que “os guardas me trataram bem“.
Ele criticou “Israel” por não ter feio “o necessário para chegar a um acordo para devolver os prisioneiros e encerrar a guerra, o que levou a muitas vítimas e danos adicionais para ambas as partes”.
Outro ex-prisioneiro israelense, Gadi Moses, de 80 anos, o mais velho entre os prisioneiros, foi liberto na quinta-feira (30) após 482 dias em Gaza. Ele também afirmou à sua família que foi “tratado com respeito” durante o periodo.
Segundo detalhes compartilhados por Moses, seu filho escreveu em uma mensagem que o pai “viveu nas mesmas condições que seus captores e comeu o que eles comiam juntos. Eles lhe forneceram livros sobre meio ambiente e Islã, além de óculos de leitura”. Moses também descreveu os bombardeios israelenses como “muito assustadores”.
O Hamas afirmou anteriormente que o exército israelense “deliberadamente e repetidamente” atacou locais onde os prisioneiros israelenses estavam sendo mantidos. O partido declarou que o governo israelense estava “tentando se livrar de seus prisioneiros em Gaza por todos os meios”.
Além disso, uma outra ex-prisioneira israelense, Chen Goldstein-Almog, que foi libertada pelo Hamas no final de novembro de 2023, relatou que os combatentes da resistência a protegeram durante os bombardeios israelenses em Gaza.
“Nossos guardas, nossos captores… estavam sobre nós, nos protegendo com seus corpos dos ataques”, ela afirmou. A israelense também afirmou ter perguntado aos seus captores se eles pretendiam matá-los, ao que eles responderam: “nós morreremos antes de vocês”.
A tortura dos prisioneiros palestinos
Enquanto os israelenses foram tratados com dignidade na Faixa de Gaza, o Estado de “Israel” opera campos de tortura em suas prisões para palestinos. O Hamas se pronunciou no domingo (2), sobre essa realidade.
“Os abusos, torturas físicas e psicológicas, negligência médica, fome e sede infligidos aos nossos prisioneiros constituem um crime de guerra completo.
Os relatos angustiantes de prisioneiros libertos, confirmando que sofreram abusos e espancamentos poucos dias antes de sua libertação programada e até os momentos finais antes de serem soltos, juntamente com a tortura física e psicológica, a negligência médica, a fome, a sede e a privação de medicação que nossos prisioneiros enfrentam nas prisões da ocupação, constituem um crime de guerra completo e uma violação brutal das leis internacionais relativas aos Prisioneiros sistematicamente cometidas pelo governo da ocupação.
Relatórios da imprensa hebraica citando funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que confirmam o tratamento desumano dos prisioneiros libertados pelas mãos dos soldados da ocupação e das autoridades sionistas das prisões, exigem esforços intensificados da organização internacional para monitorar as condições dos prisioneiros palestinos, relatar suas descobertas aos órgãos internacionais competentes e trabalhar para garantir o respeito aos seus direitos de acordo com o direito humanitário internacional, as Convenções de Genebra e seus protocolos adicionais.
Esses crimes sionistas contínuos contra o nosso povo e nossos prisioneiros nas prisões da ocupação—refletindo a natureza ilegal dessa ocupação, que desconsidera as leis internacionais e os valores humanos—apenas fortalecem nossa determinação de continuar no caminho da resistência até que a ocupação seja removida de nossa terra e locais sagrados, e até o estabelecimento do Estado Palestino com Al-Quds [Jerusalém] como sua capital.”