Prisão preventiva e Interpol: como o STF deve reagir à fuga de Zambelli

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fugiu para a Itália para evitar punições e estudam pedir sua inclusão na lista de procurados da Interpol. A parlamentar anunciou nesta terça (3) que deixou o Brasil.

Segundo o Blog da Andréia Sadi no g1, membros da Corte acreditam que o movimento é uma tentativa de evitar punições legais, como a condenação por invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e outras eventuais consequências de investigações da Polícia Federal.

Caso fique comprovado que Zambelli fugiu para escapar de punições, ministros avaliam decretar sua prisão preventiva e a inclusão na lista da Interpol. As possíveis consequências estão sendo discutidas entre ministros do Supremo, parlamentares e agentes da Polícia Federal.

Inicialmente, a deputada não pode ser considerada foragida por ter acesso ao seu passaporte. O documento foi apreendido em agosto de 2023 e devolvido poucos meses depois, mas pode ser retido novamente por ordem da Corte.

O hacker Walter Delgatti e a deputada Carla Zambelli. Foto: Reprodução

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão no mês passado por invadir os sistemas do CNJ e inserir documentos falsos junto do hacker Walter Delgatti Neto. A pena também inclui a cassação de seu mandato e o pagamento de R$ 2 milhões em indenização.

A Corte também julga Zambelli por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O processo trata do episódio que ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2018, quando perseguiu o jornalista Luan Araújo com uma pistola em São Paulo.

O relator do caso, Gilmar Mendes, sugeriu a pena de 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes e três ministros – Flávio Dino, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes – seguiram sua manifestação. O julgamento foi suspenso por pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Kassio Nunes Marquês.

A fuga de Zambelli foi anunciada na manhã desta terça e a deputada disse ser vítima de “abusos” do Judiciário. “Eles me ceifaram, mas quando acham que morri, é quando renasço das cinzas — como a fênix. Quando julgam que minha árvore da vida secou, é quando ela mais dará frutos”, apontou.

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