Deputado Rogério Correia (PT-MG) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A iminente prisão do ex-presidente Bolsonaro deixa o cenário político em ebulição nesta terça-feira (18/2). A base governista aguarda a denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes relacionados à tentativa de Golpe de Estado e, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, reforça a defesa da democracia.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) foi enfático ao comentar sobre o assunto, comparando a situação dos apoiadores de Bolsonaro a um barco prestes a afundar. “Se há um barco neste País que está afundando, é o barco dos golpistas e neofascistas. Este barco está afundando e o comandante deles irá para a prisão”, afirma. O deputado cita a dosimetria feita pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que calculou em 29 anos a pena que Bolsonaro poderia cumprir.

“O Congresso fez o cálculo de 29 anos de cadeia. E por quê? Porque eles tentaram abolir o Estado Democrático de Direito, tirar o seu voto, cidadã e cidadão brasileiro, tirar o direito de se organizar, o direito de eleger os seus representantes”, explica Correia.

“O Carnaval será a celebração da resistência democrática”

O parlamentar também ressalta a incoerência de quem defende a anistia ao ex-presidente inelegível: “Vêm aqui e falam contra a pena justa: ‘Bandido tem que estar preso’ e depois falam em anistia para o bandido do Bolsonaro. Quer incoerência maior que essa? Se querem os bandidos presos, por que querem soltar os seus bandidos?”, ironiza Rogério Correia. Ele disse que a prisão de Bolsonaro será um momento de celebração popular, especialmente com a chegada do Carnaval. “Imaginem no Carnaval, com várias marchinhas, sambas, todo mundo festejando o fim da política neofascista e golpista neste Brasil”.

“Bolsonaro será preso e não haverá anistia” 

Deputado Tadeu Veneri (PT-PR) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) também reforçou a expectativa de que Bolsonaro seja preso em breve. “Primeiro, Bolsonaro será preso. Ele vai ser denunciado, vai ser encaminhado e, obviamente, terá todo direito à defesa”, afirmou. Veneri lembrou que o ex-presidente está envolvido em diversas investigações, incluindo o caso das joias, o esquema de vacinas durante a pandemia e a reunião com embaixadores para questionar as eleições de 2022.

O parlamentar ainda destaca que 80% da população é contra a anistia para os envolvidos no golpe. “Não aos golpistas! Não à anistia aos golpistas! E, sim, ao Imposto de Renda isento até R$ 5 mil!”, conclui.

“Fora fascismo”

Deputado Paulão (PT-AL) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Questionando a moralidade de quem defende o impeachment contra o presidente Lula, o deputado Paulão (PT-AL) indaga:”Qual a moral tem essa extrema direita aqui na Câmara Federal? O ex-presidente inelegível está envolvido com roubo de joias! O filho dele, no Senado, é o rei dos imóveis no Brasil! E ficam ainda assim querem o impedimento do presidente Lula?”.

O deputado disse que a sociedade brasileira busca serenidade. “Tenho certeza absoluta de que o presidente Lula, com sua liderança e sua capacidade de articulação, trará o Brasil de volta à normalidade”. Paulão encerra com um chamado à resistência: “Esta Casa está preparada. Não vamos baixar a cabeça para a extrema direita no Brasil. Fora, fascismo!”.

Deputado Alfredinho (PT-SP) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

“Bolsonaro na cadeia, é isso que ele merece!”

Em discurso crítico dirigido aos parlamentares do PL, o deputado Alfredinho (PT-ES) cita escândalos envolvendo os membros do partido de Bolsonaro. “Eu acho que o PL tem 96 deputados, sendo que 42 estão envolvidos em escândalos de corrupção, estupro e outras coisas aí. E eles vêm ao plenário dar lição de moral. Que coisa!”. O deputado endossa críticas ao desgoverno anterior diante da falta de crescimento econômico e aumento da fome no Brasil. “O povo não quer ir mais para a fila do osso. O povo quer Lula, porque é o governo que traz o Pé-de-Meia, que vocês, bolsonaristas, tentaram atrapalhar no TCU”, disse, celebrando a continuidade do programa para jovens.

Alfredinho aproveitou para destacar as conquistas do Governo Lula, como o Auxílio Gás e o Farmácia Popular, que passará a oferecer 41 itens de remédios gratuitamente. “O vale-gás é para ajudar as famílias carentes, pobres, que foi o compromisso do Governo Lula desde a sua campanha. São propostas, são projetos e são promessas cumpridas do Governo Lula, porque é um governo que pensa no povo”, comemora.

“O Brasil prospera no Governo Lula” 

Deputado Jorge Solla (PT-BA) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Em discurso mais direto, o deputado Jorge Solla (PT-BA) foi contundente ao comentar a situação de Bolsonaro. “Vocês estão apavorados porque sabem que essa semana a frigideira vai ficar quente. Bolsonaro vai ser denunciado. A farsa, o crime, o golpe não vai prosperar, e não vai ter anistia. Enquanto isso, o Brasil prospera no Governo Lula”, declarou. Solla aponta para a delicada situação dos aliados do ex-capitão de extrema direita, enquanto Bolsonaro enfrenta o cerco judicial, o país avança sob a nova gestão de Lula.

“Sem Anistia”

Deputado Reimont (PT-RS) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Em relato lido em plenário, o deputado Reimont (PT-RJ) traz a experiência de dois policiais que enfrentaram a violência dos manifestantes no dia 8 de janeiro. “Eles subiram pelo gramado e nos cercaram. Eu recebi um chute no momento em que eu caí. Recebi um golpe na cabeça com uma barra de ferro”, destaca diante da brutalidade dos atos. Reimont questiona os defensores da anistia: “V.Exas. que defendem a anistia, o que acham disso? Vocês da extrema direita concordam com esse ataque aos dois policiais no dia 8 de janeiro?”.

Deputado Bohn Gass (PT-RS) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Já o deputado Bohn Gass (PT-RS) comparou o ataque ao Congresso a um assalto violento a uma casa. “É domingo, tu sais de casa e vem um bando que quebra os vidros, invade a tua casa. A polícia vem e prende o ladrão. As provas são muitas”, explica. O parlamentar critica a ideia de anistia, afirmando que isso seria sinônimo de impunidade. “Se nós mesmos defendemos que o bando não seja punido, estamos dizendo ao povo: ‘Demitam-nos! Nós não sabemos cuidar da nossa Casa’”. Ele finaliza com um apelo firme: “Anistia não! Esta Casa não pode aceitar esta impunidade”.

Deputado Marcon (PT-RS) – Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Incrédulo, o deputado Marcon (PT-RS) fala sobre a incoerência de parlamentares bolsonaristas, “se eu não estivesse aqui dentro do plenário, eu não ia acreditar. Eles falam que bandidos precisam estar presos, e eu como esquerdista e petista também defendo, mas estão pedindo anistia para os que estão presos, que foram contra a própria Constituição no dia 8 de janeiro”, aponta o parlamentar. Ele também se junta ao coro “Sem anistia”.

Os pronunciamentos dos deputados Reimont, Bohn Gass e Marcon reforçam a necessidade de responsabilização pelos atos golpistas de 8 de janeiro, rejeitando qualquer tentativa de anistia e defendendo a justiça como pilar fundamental da democracia. Assim como a prisão de Jair Bolsonaro, que segundo parlamentares, marcará um ponto de inflexão na história política recente do país.

 

Elisa Alexandre

 

 

 

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Last Update: 18/02/2025