O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reiterou hoje (4) que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado é uma questão de tempo e rechaçou a ideia de anistia a ele, militares de alta patente de seu entorno que conspiraram contra a democracia, além dos terroristas que atacaram e depredaram as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Em discurso no plenário da Câmara, em resposta a parlamentares da extrema direita que, sem nenhuma base legal, pediram o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lindbergh os acusou de levantar uma cortina de fumaça para encobrir a iminente prisão de Bolsonaro. “Eles têm abstinência de golpe”, ironizou o líder do PT.

“O julgamento está para começar. É questão de poucos dias ou de semanas para a Procuradoria-Geral da República denunciar” o crime de Bolsonaro, adiantou o deputado. Ele observou que, quando começar o julgamento, a opinião pública brasileira poderá acompanhar ao vivo, pela televisão e redes sociais, os detalhes da trama criminosa encabeçada por Bolsonaro.

Os golpistas planejavam até o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “As pessoas vão saber detalhes. Está tudo provado lá”, comentou o líder do PT.

Golpistas e fanáticos de extrema direita

Ele denunciou que o projeto de lei (PL 1102/2022), de parlamentares bolsonaristas tenta beneficiar Bolsonaro e os golpistas em seu entorno, incluindo militares de alta patente. O projeto concede anistia a todos aqueles que, no período de 1° de janeiro de 2019 e 21 de abril de 2022, “tenham praticado atos que sejam investigados ou processados sob a forma de crimes de natureza política ou conexo”.

Lindbergh Farias sublinhou que o grau de fanatismo da extrema direita é assustador. Ele citou entrevista do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, em que faz um balanço dos processos envolvendo os atos golpistas do 8 de janeiro. O ministro informou que foi oferecida a boa parte dos acusados um acordo.

O ministro também afirmou que boa parte dos acusados de golpe teve chance de Acordo de Não Persecução Penal, suprimindo a prisão e ter o passaporte de volta em troca de pagamento de uma multa de 5 mil reais para quem pudesse pagar, ficar dois anos sem redes sociais e fazer um curso sobre democracia no Ministério Público.

Entretanto, segundo Lindbergh, conforme dados recentes, “mais da metade das pessoas envolvidas recusou o acordo, o que desmistifica a ideia de que nós estamos lidando com ambulantes ou com a costureira que veio a Brasília invadir. Trata-se de pessoas que têm um radicalismo ideológico, a ponto de preferirem uma condenação a aceitarem o acordo de não persecução penal em bases bastante leves.”

Amnesia bolsonarista

Lindbergh ironizou também a manifestação bolsonarista na segunda-feira, no Plenário da Câmara, em que pediram “comida barata novamente”. Lindbergh criticou a amnésia bolsonarista e lembrou que a inflação de alimentos durante os quatro anos do governo Bolsonaro foi de 56,1%, além de ter uma crise socioeconômica que levou milhares de pessoas a fazer até fila à procura de osso nos açougues em diferentes partes do País.

“Sabe quanto foi a inflação de alimentos no último ano, 2022? 13,21%. Nos dois primeiros anos de Bolsonaro, a inflação (acumulada) de alimentos foi 27,4%. Nos dois últimos anos, 22,5%. Sabe quanto foi a inflação nos dois anos do Governo do Presidente Lula? 7,8%. É muita cara de pau de vocês falar sobre comida barata novamente”, afirmou Lindbergh.

Fila do osso

Ele disse que não se esquece da “fila do osso” que deixou milhares de brasileiros humilhados. “Havia 33 milhões de brasileiros passando fome. Vocês acreditam que, em dois anos, (com o governo Lula) 24 milhões de pessoas deixaram de passar fome? Oito milhões saíram da pobreza.”

O líder do PT reconheceu o aumento do preço de alguns alimentos nos últimos meses, em função da crise climática, as cheias no Rio Grande do Sul e a alta do dólar no fim do ano passado, mas frisou que o presidente Lula está empreendendo todos os esforços para que haja diminuição dos preços dos alimentos.

Ele informou que o Governo Lula já elaborou um plano para aumentar a plantação de arroz e feijão no Brasil, diante do fato de que hoje a soja hoje ocupa 84% de toda a área plantada. “A produção de arroz vai crescer 15%, e a produção de feijão vai crescer 5%. E a safra, que tinha sido pequena, vai ser uma supersafra. Então, eu estou convencido de que o preço dos alimentos vai diminuir”, disse Lindbergh Farias.

Dados econômicos positivos

O líder petista citou vários dados positivos da economia brasileira para mostrar que o Brasil está no rumo certo, contrariando analistas do chamado mercado. “O mercado dizia que a economia cresceria só 0,8% no primeiro ano do governo Lula, mas cresceu 3,2%. Dizia que seria 1,5% no segundo ano, foi 3,5%”, comentou.

Ele disse que a renda, em 2023, subiu 11,7%, garantindo mais dinheiro no bolso da classe trabalhadora. Lembrou que Lula retomou a política de valorização real do salário mínimo, abandonada pelos governos Temer e Bolsonaro. “ Nós a trouxemos de volta. No primeiro ano, houve um reajuste de 4,5% acima da inflação. O reajuste agora foi de 7,5%. Nós temos o programa Desenrola. Nós temos o Minha Casa, Minha Vida. Nós temos um Bolsa Família turbinado.”

Redação PT na Câmara

 

 

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Last Update: 04/02/2025