No último dia 25 de fevereiro o presidente Lula comunicou à ministra da Saúde, Nísia Trindade, que ela seria substituída por Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais. Neste mesmo dia, mais cedo, a ministra e Lula lançaram a primeira vacina totalmente brasileira para o combate à dengue

Padilha, que assume oficialmente a pasta pela qual já foi ministro entre 2011 e 2014 no governo Dilma Rousseff, em coletiva de imprensa no dia seguinte falou que recebeu como missão prioritária do presidente Lula reduzir a fila de espera para consultas, exames e cirurgias no Sistema Único da Saúde (SUS).

No momento a equipe de Padilha faz a transição para a Saúde e a sua posse deve ocorrer na próxima segunda-feira (10).

Com a substituição, o presidente Lula pretende que a Saúde lhe dê o retorno merecido após a reestruturação da pasta tão atacada no governo de Jair Bolsonaro, que ainda deixou como legado nefasto a descrença em muitas pessoas quanto à importância da vacinação com efeitos que perduram até hoje.

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Porém os escândalos de Bolsonaro na saúde não pararam aí. O modo como ele negou e debochou da pandemia de Covid-19 e conduziu o SUS para a privatização são temas que devem ser contrastados com as ações do governo Lula.

Dessa maneira, Padilha tem a missão não só de dar continuidade ao trabalho de Nísia, mas também o de levar estes esforços ao reconhecimento da população e também de parlamentares. Isto ocorre uma vez que metade das emendas parlamentares individuais são obrigatoriamente oriundas da Saúde, como definido por Lei. Outro fator que aumenta o peso do Ministério da Saúde é a destinação prioritária de emendas de comissões permanentes do Congresso para a área de saúde.

Então, ele deve ao mesmo tempo obter o reconhecimento do povo brasileiro, confrontar o bolsonarismo e trazer para dentro do ministério políticos com quem esteve a todo momento nestes pouco mais de 2 anos e 3 meses na articulação política do governo.

Com as tarefas postas na mesa, o próximo ministro da Saúde já sabe, ao menos, o caminho que o presidente deseja que ele trilhe como forma de ajudar a melhorar a avaliação do governo.

Vacinas, Dengue, Mais Especialistas

A ida de Padilha para a Saúde, de acordo com o jornal Valor, foi negociada para que ele fique até o final de 2026 na pasta. Dessa maneira ele não poderá concorrer a nenhum cargo na próxima eleição, pois teria que se afastar conforme o regimento eleitoral

Ainda, segundo a reportagem, Lula pediu cuidado com o avanço da dengue, em especial no estado de São Paulo. O governo não quer ampliar o desgaste que já possui principalmente no interior do estado, onde a doença mais avança. Com isso, o combate à dengue deverá ser intensificado e a estratégia de produção de 60 milhões de doses de vacinas anuais a partir de 2026 junto ao Instituto Butantan faz parte da estratégia em mostrar uma resposta robusta, ainda que os efeitos possam demorar mais tempo que o desejado pelo governo em chegar.

Um ponto de atenção passado por interlocutores ao jornal é de que Padilha deverá exercer maior controle sobre a gestão de todas as vacinas oferecidas pelo SUS. O governo quer acabar com desperdício de imunizantes vencidos, o que traz a imagem de falta de controle e de valores mal gastos pelos gestores públicos.

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Ao passo que o controle de estoque será maior e chegarão as vacinas contra a dengue, Lula ainda entende que é necessário ampliar as campanhas de vacinação para que o Brasil alcance novamente, assim como nos seus governos anteriores, a adequada taxa de cobertura vacinal por doença.

Sobre a redução de filas do SUS, isso passa, em partes, pelo acesso ao programa Mais Acesso a Especialistas. Em 2024, o SUS alcançou o maior número de cirurgias eletivas da história. No total foram registrados mais de 13 milhões de procedimentos, aumento de 10,8% em relação a 2023. O recorde de cirurgias foi alcançado pelo auxílio do programa Mais Acesso a Especialistas, que amplia e acelera o atendimento da população.

Dessa maneira, entende Lula, esta deve ser uma das principais marcas deixadas pela Saúde, tanto que o programa pode ser rebatizado para um nome mais fácil e forte, de acordo com o Valor. Assim, caberá a Padilha fortalecer ainda mais o programa, aumentando o seu potencial com mais profissionais e acesso simplificado aos tratamentos, principalmente em áreas que envolvem cardiologia e oncologia.

*Com informações Valor

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Last Update: 06/03/2025