A principal central sindical da Argentina anunciou nesta quinta-feira 20 uma greve de 24 horas para 10 de abril, entre outros motivos, em apoio aos aposentados e em “defesa do setor produtivo”.
Entre as reivindicações da medida, o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Héctor Dáer, mencionou a exigência de “um aumento emergencial para os aposentados”, a condenação à “repressão policial” em uma marcha em 12 de março que deixou 45 feridos, a “defesa do setor produtivo” e a reabertura das obras públicas, paralisadas por Milei desde que assumiu o poder, em dezembro de 2023.
Esta será a terceira greve na era Milei. As outras duas ocorreram em janeiro de 2024, apenas um mês e meio após sua posse, e em maio.
A CGT também anunciou que participará da marcha anual de 24 de março, em memória dos desaparecidos durante a última ditadura militar na Argentina (1976-83), estimados em cerca de 30 mil, segundo organizações de direitos humanos.
Na semana passada, centenas de manifestantes se juntaram à marcha semanal dos aposentados que reivindicam melhorias em seus benefícios, mas foram reprimidos pela polícia, no que se tornou o protesto mais violento desde o início do governo Milei.
Essa convocação foi feita, principalmente, por torcedores de futebol, que participaram vestindo camisetas de mais de 30 equipes da liga argentina.
O saldo foi de mais de uma centena de detidos e 45 feridos, incluindo um repórter fotográfico, Pablo Grillo, cujo estado de saúde é extremamente grave.
Dáer também expressou seu apoio e solidariedade à família de Grillo.
O sindicalista pediu um aumento emergencial para os aposentados, cujo benefício mínimo equivale a cerca de 265 dólares (1.500 reais), valor recebido por quase 60% dos idosos.
Além disso, exigiu a retomada das obras públicas: “Há muitas obras que estão 80%, 90% concluídas e foram paralisadas por uma decisão política”, afirmou Dáer.