Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara. Foto: Reprodução

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), voltou a defender nos bastidores a votação da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A movimentação, que ganhou força nesta semana, prevê que o projeto seja levado ao plenário na última semana antes do recesso parlamentar, previsto para começar em 18 de julho. Com informações de Bela Megale, em O Globo.

Segundo Cavalcante, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se comprometeu a pautar o texto ainda neste semestre. O projeto de anistia vem sendo tratado com discrição por aliados da oposição e foi elogiado por Jair Bolsonaro, embora o ex-presidente não esteja formalmente contemplado na proposta.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, afirmou que a intenção é realizar uma “votação relâmpago” e coordenada entre Câmara e Senado.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) falando, sério, olhando para o lado, de terno e gravata
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – Reprodução/X

A tentativa de acelerar a tramitação escancara a estratégia do PL de tensionar ainda mais a relação entre o Legislativo e o Executivo, em um momento em que o governo Lula busca retomar a agenda econômica e institucional após a crise do IOF.

Para setores do governo, a manobra representa não apenas um aceno ao bolsonarismo mais radical, mas também um desafio direto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem atuado firmemente nos desdobramentos jurídicos do 8 de janeiro.

A costura silenciosa da anistia, liderada por Sóstenes e bancada por Motta, revela a disposição da cúpula do PL de transformar o Congresso em um escudo político para os aliados de Bolsonaro, mesmo às custas do agravamento institucional. O movimento é lido no Planalto como uma provocação calculada, com potencial de ampliar o desgaste institucional e provocar uma nova crise entre os Poderes.

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Last Update: 03/07/2025