O presidente Lula (PT) participou, neste domingo 1º, do congresso nacional do PSB, que termina com a eleição do prefeito de Recife, João Campos, como novo presidente nacional da sigla.

Durante o evento, o presidente pediu mais diálogo com o Congresso, no momento em que o governo enfrenta um embate com a Câmara e o Senado, após anunciar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“O governo tem que aprender que, quando quiser ter uma decisão que seja unânime entre todos os partidos, o correto não é a gente tomar a decisão e depois comunicar. É a gente chamar as pessoas para tomar a decisão junto com a gente”, afirmou.

“Para que a gente possa, quando chegar, as coisas estarem mais ou menos alinhavadas. É assim que eu tenho feito com o Hugo e com o Davi Alcolumbre [presidente do Senado], é assim que eu tenho feito com os líderes do Congresso”, prosseguiu.

O presidente frisou, ainda que “ninguém tem obrigação de aprovar medidas provisórias do governo, ou projeto do lei do governo, se ele não concordar”. Mas que o papel do Executivo é o de tentar convencer o Legislativo da importância dessas proposições.

O governo federal tem sido pressionado pelo Congresso, desde que anunciou o aumento do IOF. Com uma base aliada restrita no Legislativo, precisa contar com o apoio dos partidos do Centrão, para tentar aprovar a pauta.

 

Pressão sobre IOF e afago a Hugo Motta

Lula também fez um aceno ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem se colocado como um dos principais críticos ao aumento do IOF.

Lula destacou a eleição de Motta para chefiar a Câmara como uma “demonstração” de que o país começa a viver “coisas boas” depois de “tantas coisas ruins”. Ainda afirmou que os partidos de esquerda irão tratá-lo como “jamais alguém imaginou que os partidos de esquerda pudessem tratar um presidente da Câmara de outro partido político”.

Motta acordou um prazo de 10 dias para o governo apresentar alternativas à medida e evitar que o decreto seja derrubado por parlamentares. A bancada de oposição na Câmara já protocolou uma série de projetos de decretos legislativos para derrubar a medida, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nos cálculos da equipe econômica, o aumento do imposto pode ampliar a arrecadação federal em até R$ 20 bilhões e seria essencial para que o governo atinja a meta fiscal deste ano.

Na quinta-feira 29, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, apontou que será um “desafio intenso” para a equipe econômica encontrar alternativas ao decreto.

“Não tem solução já delimitada, é um processo de discussão que vai ocorrer”, disse. Segundo o secretário, a ideia é apresentar soluções que garantam soluções estruturais para a situação fiscal que o País enfrenta: “se fizermos esse esforço conjunto, podemos promover uma virada de chave e reduzir muitas incertezas”, afirmou.

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Last Update: 01/06/2025