
Jair Bolsonaro (PL), pressionado por aliados a escolher logo um substituto para a corrida presidencial de 2026 e preocupado com o avanço de candidaturas alternativas no centro e na direita, tem reforçado a possibilidade de lançar sua esposa, Michelle Bolsonaro, como candidata ao Planalto, conforme informações da revista Veja.
A especulação ganhou força após o ex-presidente Michel Temer anunciar negociações com cinco governadores opositores ao presidente Lula (PT) para formar uma chapa única na disputa de 2026, sem a participação de Bolsonaro, que é inelegível.
Entre os nomes desses governadores estão Tarcísio Freitas (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Jr. (Paraná).
Sentindo-se ameaçado, Bolsonaro, que vê na articulação uma tentativa de tirá-lo do jogo desde já, reagiu apoiando a candidatura de Michelle.
Reação dos aliados
O ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, foi o primeiro a expressar o incômodo do ex-presidente, chamando de “palhaçada” o movimento “Direita sem Bolsonaro” e afirmando que pretende apoiar uma chapa totalmente composta por membros do PL em 2026. “Eleição é voto e o bolsonarismo é a usina geradora deles”, escreveu ele nas redes sociais.
Se continuarem nessa palhaçada de “Direita sem Bolsonaro” eu vou manobrar dia e noite por uma chapa PURA.
Tem muitos mandatados batendo palmas.
Eleição é voto e o Bolsonarismo é usina geradora deles.Vamos ver quem os tem….
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) May 11, 2025
Logo depois, o pastor Silas Malafaia destacou que Michelle é a segunda figura mais bem avaliada, atrás apenas do ex-presidente. “O Bolsonaro vai dar um xeque-mate: ‘Vocês não me querem? Então engulam minha mulher’. Quero ver quem vai se candidatar pela direita depois disso”, disse à Veja.
Traidores?
Diante da força de Bolsonaro no campo conservador, políticos que trabalham em candidaturas alternativas evitam se posicionar contra ele para não serem taxados de traidores.
Tarcísio Freitas, pupilo do ex-presidente, chegou a dizer que “não existe direita sem Bolsonaro”. Já Temer admitiu que a articulação pode até incluir o ex-mandatário, mas que o momento é de construir um projeto, não definir o nome que o representará.
Pé atrás com Tarcísio
Até pouco tempo atrás, Bolsonaro indicava que Michelle seguiria no Legislativo, mas aliados recentes garantem que ele avalia a possibilidade de escalar a esposa para um projeto mais “ambicioso”.
A projeção política de Michelle ocorre em meio à crescente desconfiança de Bolsonaro sobre Tarcísio. Embora o governador afirme que tentará a reeleição em São Paulo, líderes partidários do PP e do PSD querem que ele dispute a Presidência.
Aliados de Bolsonaro reclamam que Tarcísio não tem se empenhado o suficiente para reverter a inelegibilidade e evitar a condenação do ex-presidente na trama golpista. Um teste decisivo acontecerá no dia 30, quando Tarcísio irá depor no Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa. O grupo bolsonarista espera uma defesa firme, e caso isso não ocorra, a relação pode se desgastar ainda mais.

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