Milhares de trumpistas invadindo o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Foto: Tyler Merbler/Flickr

Cinco integrantes do grupo de extrema-direita Proud Boys, condenados por liderar o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, entraram com uma ação judicial nesta sexta-feira (6) pedindo US$ 100 milhões em indenização por suposta violação de seus direitos constitucionais. O processo, apresentado em um tribunal federal da Flórida, alega que os acusados foram vítimas de “perseguição corrupta e politicamente motivada” por serem aliados do presidente Donald Trump.

Entre os demandantes está Enrique Tarrio, ex-líder dos Proud Boys, condenado a 22 anos de prisão, a pena mais longa entre os envolvidos no ataque, por conspiração sediciosa. Tarrio e os outros quatro réus afirmam que o processo contra eles foi manipulado para criminalizar opositores políticos.

Em janeiro deste ano, o ativista de extrema-direita saiu da prisão um dia após de Trump, quando o republicano assinou um decreto de perdão aos mais de 1.500 envolvidos na tentativa de golpe. O republicano questionou a gravidade da invasão ao Capitólioe qualificou a data como um “dia de amor” e de “efusão de afeto” direcionada para ele.

Os advogados dos extremistas descreveram o caso como um “abuso atroz e sistêmico do sistema de Justiça e da Constituição dos EUA para punir e oprimir os aliados políticos do presidente Trump”. A defesa alega ainda que houve manipulação de provas, intimidação de testemunhas, violação do sigilo advogado-cliente e até espionagem para interferir na estratégia do julgamento.

Em tom dramático, a petição compara as condenações a um castigo medieval: “[As penas impostas correspondem ao] equivalente moderno a colocar as cabeças dos inimigos em uma estaca fora das muralhas da cidade como aviso a quem ousar desafiar o status quo”.

Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys. Foto: reprodução

Intentona trumpista

O ataque ao Capitólio, que deixou mais de 140 policiais feridos, ocorreu após um discurso de Trump no qual ele repetiu falsas alegações de fraude eleitoral e incentivou apoiadores a marcharem em direção ao Congresso.

Entre os episódios mais marcantes está a morte de Ashli Babbitt, de 35 anos, baleada por um agente quando tentava invadir uma área restrita.

No mês passado, a administração Trump concordou em pagar quase US$ 5 milhões à família de Babbitt para evitar um julgamento. O acordo foi fechado após o republicano vencer as eleições de 2024 e retomar à Casa Branca.

O processo movido pelos Proud Boys agora será analisado pela Justiça federal. Especialistas avaliam que a ação tem poucas chances de sucesso, mas reflete a estratégia de grupos extremistas de desafiar judicialmente as condenações relacionadas ao 6 de janeiro.

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Last Update: 07/06/2025