
O MC Poze do Rodo foi preso na manhã da última quinta-feira (29), no Rio de Janeiro. O cantor foi algemado, mesmo sem oferecer resistência, e levado à delegacia sem camiseta ou calçados. A Polícia Civil alega que o artista promove apologia ao crime e possui envolvimento com o tráfico de drogas.
URGENTE! Funkeiro Poze do Rodo é preso no Rio. De acordo com a polícia civil, Poze é investigado por apologia ao crime e envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho. #sbtrio #primeiroimpacto #sbt #noticias pic.twitter.com/ggjZSh3gUT
— SBT Rio (@sbtrio) May 29, 2025
Apesar da nova prisão, Poze do Rodo já havia sido absolvido pela Justiça do Rio em um processo relacionado a um baile funk promovido pelo tráfico na comunidade do Jacaré, na Zona Norte da cidade. A decisão foi tomada em julho de 2024 pela juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal da Capital, que rejeitou as acusações por falta de provas.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público, o cantor foi acusado de atuar como MC em um baile realizado na madrugada de 6 de março de 2020, no local conhecido como “Pistão”. Segundo a promotoria, o evento celebrava o aniversário de Felipe Ferreira Manoel, apontado como gerente do tráfico na área do “Fundão” e segurança de Adriano de Souza Freitas, o “Chico Bento”, considerado pelo MP o principal líder do Comando Vermelho na região, na época.
De acordo com a acusação, o MC teria interpretado músicas com mensagens de confronto, como “milícia se brotar, a bala vai comer” e “eu tô cheio de ódio, eu tô boladão”. O Ministério Público alegou ainda que, durante a apresentação, pessoas armadas fizeram disparos e que Poze interagiu com o público simulando tiros.
A defesa do artista rebateu todas as acusações, alegando que não havia comprovação de que os vídeos anexados ao processo correspondiam ao baile citado, além de negar qualquer vínculo entre o funkeiro e o tráfico. Também destacou que os depoimentos eram baseados em informações indiretas e que os trechos das músicas não caracterizavam crime.
Em 29 de julho de 2024, a juíza absolveu Poze e outros acusados, afirmando que não havia provas suficientes para condená-los. Ela também revogou as ordens de prisão e determinou o arquivamento do caso, ressaltando que os elementos reunidos na investigação não se confirmaram no julgamento.