O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por um procedimento de neuro embolização na manhã desta quinta-feira (12). De acordo com a equipe médica, trata-se de um procedimento endovascular para a embolização de uma artéria na cabeça do presidente.
Entenda o que é neuro embolização
O neurocirurgião Orlando Maia, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da World Federation Neuroradiology, comenta o novo procedimento que Lula teve de fazer nesta quinta-feira.
O neurocirurgião explica como é feita a neuro embolização do hematoma cerebral que Lula teve em decorrência de uma queda há cerca de um mês e meio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por novo procedimento cirúrgico nesta quinta-feira. De acordo com o boletim médico, será realizada uma neuro embolização da artéria meníngea média. O novo procedimento é uma complementação da repanação (uma pequena perfuração do crânio) realizada na madrugada de terça-feira, para evitar novos sangramentos.
De acordo com o neurocirurgião Orlando Maia, trata-se de um procedimento endovascular comum quando o paciente é diagnosticado com hematoma subdural crônico, evitando a recorrência de sangramentos intracranianos como o que ocorreu com o presidente Lula. “Um cateter é inserido pela virilha e uma injeção de uma espécie de cola é feita no local onde ocorreu o hematoma para cauterizar as artérias e, assim, evitar as recorrências”, explica Orlando Maia.
Quais foram os procedimentos anteriores à neuro embolização
Na madrugada de terça-feira, Lula passou por uma trepanação (uma pequena perfuração do crânio) de emergência para drenar um sangramento cerebral provavelmente decorrente da queda que o presidente sofreu em outubro.
O presidente segue internado na UTI e “encontra-se bem”, informou o hospital.
Acompanhe a evolução do estado de saúde do presidente Lula
- No fim da noite da segunda-feira (9), o presidente foi internado às pressas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo
- Na madrugada do dia 10, Lula passou por cirurgia para drenagem de um hematoma, a trepanação (uma pequena perfuração do crânio)
- O presidente segue internado na UTI e “encontra-se bem”, informou o hospital.
- Estado de saúde do presidente: Lula está conversando e se alimentando normalmente e passou pelo procedimento de forma consciente.
- A previsão é que Lula volte para Brasília até o início da próxima semana para atuar como chefe de Estado.
FAQ: Entenda o que aconteceu com o Presidente Lula
O que é um hematoma subdural e quais são as causas mais comuns desse tipo de sangramento intracraniano? |
Os hematomas subdurais são geralmente causados por sangramento das veias, incluindo as veias comunicantes, localizadas entre a camada média e a camada externa do tecido que reveste o cérebro (meninges). Esse hematoma pode ser causado, principalmente, por traumatismo craniano, que pode acontecer durante quedas, acidentes de carro, moto ou bicicleta, ou ainda durante atividades esportivas. |
Quais são os sinais e sintomas que indicam a presença de um hematoma subdural, e como ele é diagnosticado? |
Vai depender do caso. Quando o sangramento é repentino e severo, pode ocorrer a perda de consciência imediatamente. Em situações menos graves, os sintomas podem aparecer depois de alguns dias, e o paciente começa a lentamente tornar-se confuso e, então, ficar inconsciente. |
Como é o procedimento de drenagem de um hematoma subdural e o que essa cirurgia envolve? |
O procedimento se chama trepanação (uma pequena perfuração do crânio), ou uma craniectomia descompressiva, no qual é feito um ou dois orifícios no lado do crânio onde está o coágulo para que o sangue saia. Depois a cavidade, deixada pelo hematoma, é lavada com soro fisiológico. Isso geralmente faz o sangramento parar e elimina o problema. |
Quais são os principais riscos e complicações associados à cirurgia para tratar um hematoma subdural, especialmente em pacientes idosos como o presidente Lula? |
A cirurgia possui um risco baixíssimo de complicação, tanto que uma das poucas cirurgias que podem ser realizadas em idosos acima de 90 anos, dependendo do caso. Porém, eles não são inexistentes, tem possibilidade de ocorrer um sangramento maior do que aquele que já existia antes talvez seja o problema mais sério a ser enfrentado. |
Respostas enviadas pelo neurocirurgião Orlando Maia
