O Ministério das Mulheres realizou na manhã desta sexta-feira (23), em Brasília, a cerimônia de lançamento da Mobilização Nacional pelo Feminicídio Zero.

“O Brasil que buscamos é um Brasil sem violência de gênero, sem ódio. Um país de respeito, cuidado, segurança e dignidade a todas as mulheres. Enfrentar a violência contra as mulheres é uma grande responsabilidade do Estado – de todas as esferas do governo e de todos os poderes, que têm o dever de investir recursos e implementar políticas, cada um em sua atribuição”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em seu discurso.

Segundo ela, para haver uma mudança de comportamento na sociedade, no entanto, é preciso que todos e todas se envolvam no enfrentamento ao problema: “Se quisermos avançar para mudar a realidade, precisamos da ajuda de cada indivíduo, da iniciativa, da reação de cada um e cada uma”, conclamou.

O encontro contou com a presença das ministras Esther Dweck, Gestão e Inovação em Serviços Públicos; Sonia Guajajara, Povos Indígenas; Margareth Menezes, Cultura; Roberta Eugênio, secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial; Carlos Vieira, presidente da Caixa; Ana cristina Rosa, vice-presidenta do Banco do Brasil; Ana Querino, representante da ONU Mulheres no Brasil; a deputada federal Érika Kokay (PT-DF); entre outras autoridades.

Na ocasião, parceiros da ação firmaram a adesão à carta-compromisso, em que se comprometem a atuar de acordo com suas possibilidades de recursos, estrutura e público-alvo de forma a contribuir com ações de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres.

De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos – que se tornou parceiro da iniciativa -, a ministra Esther Dweck enfatizou o apoio da sociedade no combate ao feminicídio: “O governo pode tentar fazer de tudo, mas não será possível mudanças se isso não for uma conscientização da sociedade, pois é um problema social grave no Brasil, por isso é fundamental o envolvimento de entidades civis no tema. É impossível aceitar os altos índices de feminicídio no país e o tema se torna mais grave com os casos crescentes de violência às crianças e mulheres mais jovens”.

Mobilização constante

A Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero é uma mobilização permanente direcionada a todos os setores da sociedade para que se juntem às iniciativas do governo federal, somando esforços para erradicar os assassinatos de mulheres.

Dentre alguns dos objetivos da Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero estão: Promover a transformação cultural de atitudes, hábitos, comportamentos discriminatórios contra as mulheres em sua diversidade; Desnaturalizar a violência baseada em gênero contra as mulheres e promover a não-tolerância social a essa violência; Realizar ações, voltadas para homens e meninos, de educação, conscientização, prevenção, responsabilização e de mudança de práticas discriminatórias e violentas contra as mulheres.

Para alcançar os objetivos citados acima, estão previstas as seguintes ações: Estabelecer políticas internas contra qualquer forma de violência e assédio, com canais seguros para denúncias e suportes para as vítimas; Realizar campanhas de conscientização contínuas utilizando diversos meios de comunicação para educar e sensibilizar seus colaboradores, fornecedores e público-alvo, sobre formas de violência de gênero contra as mulheres e fatores de risco para os feminicídios; Colaborar com organizações que oferecem apoio a mulheres em situação de violência, fornecendo recursos financeiros, materiais e voluntários; Promover a inclusão de mulheres em posições de liderança dentro da instituição, fomentando um ambiente mais igualitário.

Investimentos nos serviços de combate à violência contra as mulheres

Desde janeiro de 2023 até agosto de 2024, o Ministério das Mulheres investiu mais de R$ 389 milhões em políticas para enfrentar a violência de gênero. Foram mais de R$ 330 milhões investidos em Casas da Mulher Brasileira; mais de R$ 19 milhões em Centros de Referência da Mulher Brasileira; mais de R$ 10 milhões em equipagem e veículos a esses dois espaços; mais de R$ 16 milhões investidos neste ano na reestruturação do Ligue 180; e quase R$ 12 milhões em outras ações de Prevenção, Acesso à Justiça e Enfrentamento à Violência, como tornozeleiras eletrônicas.

Além disso, também são investidos recursos em qualificação e formação em atendimento a mulheres nos estados e municípios. “É importante ressaltar o quanto o atual governo se importa com a vida das mulheres. De todo o investimento feito desde 2015 em Casas da Mulher Brasileira e Centros de Referência, 74,5% foram sob a atual gestão”, revelou Gonçalves.

Parceria com times de futebol

A partir da pesquisa “Futebol e violência contra a mulher”, realizada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Avon, em 2022, foi revelado que em dias que o time da cidade joga há um aumento de 23,7% nos registros de ameaça contra mulheres. Os casos de lesão corporal crescem 20,8% e a notificação de lesão corporal alcança a marca de 25,9% de alta nos dias em que a partida do time é realizada “em casa”. Os dados foram levantados a partir dos registros das capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.

“Considero o futebol um ambiente extremamente importante para dialogarmos, especialmente com os homens, que devem ser nossos aliados nessa causa. Sem eles, não conseguiremos vencer índices tão negativos”, afirmou a ministra.

Além disso, de acordo com o MMulheres, diversas empresas e organizações também têm aderido com diferentes ações de comunicação e formação: “As empresas públicas e privadas têm papel extremamente relevante nessa iniciativa, seja implementando políticas para contratação de mais mulheres ou promovendo diálogos internos sobre o tema. Afinal, muitos agressores são seus funcionários, assim como muitas vítimas. E o ambiente corporativo pode ser determinante para a mudança de cenário. Ao mesmo tempo, investimentos empresariais podem contribuir com projetos sociais e campanhas de conscientização sobre esse tema”, disse Gonçalves.

Da Redação do Elas por Elas, com informações do MMulheres e do MGI

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Última Atualização: 23/08/2024