Ministro Luís Roberto Barroso destacou que processo foi público e transparente, baseado em provas e com respeito às garantias legais e constitucionais

Ao final do julgamento da Ação Penal (AP) 2668, que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o Tribunal cumpriu uma missão importante e histórica de julgar, com base em evidências, autoridades civis e militares. “Ninguém sai hoje daqui feliz, mas devemos cumprir com coragem e serenidade as missões que a vida nos dá. Acredito que estejamos encerrando os ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional”, disse.

Barroso destacou que o julgamento foi público, transparente, com respeito ao devido processo legal e baseado em provas diversas, como vídeos, textos, mensagens e confissões. Disse, ainda, estar convencido de que eventuais incompreensões com o resultado irão se transformar em reconhecimento no futuro. “As compreensões contrárias fazem parte da vida, mas só o desconhecimento profundo dos fatos ou uma motivação descolada da realidade encontrarão neste julgamento algum tipo de perseguição política”.

Para o ministro, a mensagem mais importante do julgamento é que, na vida democrática, antes da ideologia, das escolhas legítimas e das diferentes visões de mundo, tem de existir o compromisso com as regras do jogo, com as instituições e com os resultados eleitorais.

O presidente afirmou desejar que o julgamento represente uma virada de página da história brasileira e que seja possível reconstruir relações, pacificar o país e trabalhar por uma agenda comum, “verdadeiramente patriótica, com as divergências naturais da democracia, mas sem intolerância, extremismo ou incivilidade. Que possamos iniciar uma era de boa fé, boa vontade, justiça e prosperidade para todos”.

Barroso cumprimentou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelo trabalho meticuloso e criterioso, o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, pela condução dos trabalhos, que classificou como impecável, e o relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, pelo trabalho hercúleo na preparação do julgamento, que considera paradigmático, “um divisor de águas na história do Brasil”.

Publicado originalmente pelo STF em 11/09/2025

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Last Update: 12/09/2025