Nós não podemos produzir uma economia que não seja sustentável, ela não tem mais espaço no próprio mercado do capitalismo. Nós não podemos pensar em uma economia analógica, porque não tem viabilidade nem escala. E ela, hoje, está integrada e globalizada.” A fala do presidente do Sebrae, Décio Lima, repercutiu durante o painel Desafios e Oportunidades para o Brasil que queremos, parte do evento Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050, realizado na sede do Banco do Brasil nesta terça-feira (29), em Brasília (DF). O presidente também alertou sobre as mudanças profundas a serem realizadas a longo prazo, como reverter a acumulação exacerbada de riqueza e os monopólios de plataformas internacionais no campo da inteligência artificial. Para ele, os próximos anos são de oportunidade para o Brasil na micro e pequena economia empreendedora. “Só o Brasil tem seis biomas, só o Brasil tem a criatividade que tem o povo brasileiro, inclusive no campo das startups e da criatividade dessa nova geração, da juventude. E só o Brasil tem os elementos, como aqui dito, da paz, da ternura, da solidariedade para poder garantir um processo globalizado, consistente para que nós possamos interagir com a economia do planeta”, concluiu. Estratégia a longo prazo A Estratégia Brasil 2050 possui cinco objetivos: reduzir desigualdades sociais e regionais; enfrentar as mudanças climáticas; preparar o país para a transição demográfica; promover o aumento dos investimentos e garantir crescimento econômico; e promover sustentabilidade macroeconômica. Para a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a Estratégia tem a missão de unir diversos planejamentos de longo prazo do governo. “Nós temos planos em todos os ministérios. O que a Estratégia agora tem que fazer, como um grande guarda-chuva, é acoplar todos esses planos e dar a eles uma única cara e apresentar quais são os indicadores e as metas para cada um”, analisa. A elaboração do documento foi iniciada em 2024, a partir de uma série de análises e estudos de entidades do governo e da sociedade civil. Foram identificadas tendências globais com repercussão no Brasil e tendências nacionais que serão usadas para a criação de políticas públicas e os investimentos no país nos próximos anos. Para a representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Annette Killmer, apoiar os grandes debates que o Brasil vem liderando é fundamental para superar os desafios. “Para aproveitar uma analogia da ministra Tebet, que diz que a Estratégia 2050 vai servir de carta náutica, quero dizer que o BID está junto no mesmo barco”, aponta. Histórico do evento Os Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050 ocorrem em várias capitais do país. Os encontros promovem discussões sobre os desafios e expectativas para o futuro do Brasil nos próximos 25 anos, com foco nas necessidades locais e regionais. Os eventos reúnem representantes dos três níveis de governo, do setor privado, da sociedade civil, da academia e de outros setores. Os representantes apresentarão prioridades que devem estar contempladas no planejamento dos próximos 25 anos. Os diálogos participativos continuarão até junho e as contribuições serão consolidadas na Estratégia Brasil 2050. Além dos eventos, a sociedade civil é convidada a participar diretamente por meio da consulta pública Que Brasil queremos nos próximos 25 anos?, disponível na página da Estratégia. Com: Agência Sebrae |
