
Edevaldo Oliveira anunciou, no último domingo (22), sua renúncia ao cargo de presidente do Partido Liberal em Atibaia (SP), acusando Frederick Wassef, ex-advogado do clã Bolsonaro e coordenador regional do partido, de utilizar sua influência na prefeitura para promover “interesses pessoais”.
“Tomo essa decisão por uma razão simples, contudo, gravíssima: tornou-se insustentável representar a direita em Atibaia diante da atuação descompromissada do dr. Frederick Wassef, coordenador regional do PL em São Paulo e responsável partidário pelo PL de Atibaia, que passou a utilizar o partido e sua influência na cidade como ferramentas de interesses pessoais, ignorando completamente o compromisso assumido com os eleitores conservadores e bolsonaristas”, escreveu Oliveira em seu Instagram.
O PL nacional, no entanto, afirmou em nota que Oliveira não apresentou nenhum pedido formal de renúncia e que, segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele não ocupa mais o cargo desde fevereiro deste ano.
“No caso de Atibaia, a nova composição da Comissão Executiva Municipal ainda não foi indicada pelo grupo político responsável pela cidade”, disse o partido.
Oliveira assumiu a presidência municipal do PL em julho de 2024 e foi um dos articuladores da campanha do prefeito Daniel Martini (PL), eleito com 48,22% dos votos. Foi Wassef, no entanto, quem liderou a migração de Martini para o PL e sua candidatura. Desde a posse, o advogado tem influência direta na gestão, indicando secretários e participando de reuniões na prefeitura.
Na publicação, Oliveira reclamou de ter sido excluído das decisões políticas locais. “Fiz parte de um grupo empenhado na mudança da velha política em Atibaia. Apoiamos a campanha e vitória da atual gestão com o firme propósito de honrar os valores de Jair Messias Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Todavia, o que vimos após a eleição foi o completo afastamento desses ideais”, afirmou.
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Histórico com o Caso Queiroz
Ex-policial rodoviário federal e advogado criminalista, Oliveira tem ligações antigas com Wassef. Segundo reportagem do jornal O Globo, ele ajudou a esconder Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e figura central nas investigações de rachadinha no Rio de Janeiro, na casa de Wassef em Atibaia em 2020.
Queiroz foi preso no local, e Oliveira atuou em sua defesa. Em seu Instagram, o advogado se refere a Queiroz como “grande amigo” e compartilha fotos com ele.