
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (10) que o Brasil deve se orgulhar de produzir petróleo, mesmo diante de protestos ambientais. Durante evento da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), ela reforçou o compromisso da estatal com a ampliação das fronteiras de exploração, especialmente na bacia da Foz do Amazonas. Com informações da Folha de S.Paulo.
O projeto de exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas é considerado a principal aposta para aumentar as reservas brasileiras de combustíveis fósseis. A iniciativa, no entanto, tem sido alvo de críticas de organizações ambientais e de líderes internacionais.
Nesta terça-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, se posicionou contra o megaprojeto, afirmando que ele “não é bom para o clima”: “Penso que há outros projetos alternativos que permitem criar empregos e valor”.
No evento no Rio de Janeiro, que acabou se transformando em uma defesa das novas fronteiras de exploração petrolífera, Magda destacou a importância do setor para a economia brasileira. “A gente não tem vergonha de produzir petróleo. Pelo contrário, nos orgulhamos de produzir petróleo”, disse.
Ela lembrou que o petróleo é o principal produto da balança comercial brasileira e a base do desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, responsável por cerca de 85% da produção nacional.
A Petrobras busca obter a licença ambiental para perfurar o bloco 59, na bacia da Foz do Amazonas. Magda Chambriard demonstrou confiança na liberação da licença, prevista para meados de julho. A sonda de perfuração, que saiu do Rio de Janeiro no último sábado (7), segue em direção ao Amapá, com uma parada na Bacia de Campos para recolher equipamentos.
Magda lembrou que, enquanto esteve à frente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), promoveu a diversificação geográfica da produção de petróleo, com destaque para as regiões Norte e Nordeste. Os investimentos continuam na margem equatorial, com avanços já registrados em Sergipe e Alagoas:
“Não deu ainda, mas nós estamos chegando lá, nós estamos aumentando esse investimento. Em Sergipe e Alagoas [onde a estatal já fez grandes descobertas] estamos chegando. Na margem equatorial, nós continuamos insistindo. Vamos chegar lá também”.
Antes da fala de Magda, a diretora de estudos de Petróleo e Gás da EPE (Empresa de Planejamento Energético), Heloisa Borges, defendeu a necessidade de novas fronteiras de produção: “Em todos os cenários de longo prazo, o petróleo aparece. Não há visões de futuro possíveis em que os hidrocarbonetos não estão presentes, movimentando a economia brasileira e a economia mundial”.
Ela destacou que os cortes na produção de petróleo deveriam começar nos países desenvolvidos, e não no Sul Global.