Nesta quarta-feira (12), o auditório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília, sediou a entrega do 1º Prêmio Mulheres e Ciência. A iniciativa, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o CNPq, o Ministério das Mulheres, o British Council e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), reconheceu seis cientistas e três instituições pelo compromisso com a equidade de gênero na ciência.
“O Brasil avança quando sua ciência é plural, diversa e acessível a todos e todas”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Primeira mulher a comandar a pasta, ela destacou a importância da implementação de políticas que promovam a inclusão e a progressão das mulheres na pesquisa científica.
“Eu, enquanto a primeira mulher ministra da Ciência e Tecnologia, tenho mais do que a honra, mas a responsabilidade de garantir uma política pública que possa promover mudanças estruturais, fortalecer a participação feminina e promover a equidade de gênero”, afirmou a ministra.
Uma premiação para incentivar a equidade
Com investimento de R$ 500 mil, o prêmio foi estruturado em três categorias: Estímulo, voltada para cientistas com até 45 anos; Trajetória, para pesquisadoras acima dos 46 anos; e Mérito Institucional, que reconhece instituições que incentivam a presença feminina na ciência. A primeira edição recebeu 1.134 inscrições, sendo 697 na categoria “Estímulo”, 410 na categoria “Trajetória” e 27 na categoria “Mérito Institucional”, evidenciando a adesão e relevância da iniciativa.
“Essas premiações são necessárias para resgatar as dificuldades que as mulheres sempre enfrentaram na carreira, como as desigualdades”, ressaltou Ricardo Galvão, presidente do CNPq.
Já a ministra Luciana Santos destacou que, apesar dos avanços, ainda há desafios significativos para a equidade de gênero na ciência. “A história da ciência é repleta de contribuições femininas, embora elas sejam pouco visibilizadas. Hoje reafirmamos nosso compromisso com a mudança estrutural necessária para garantir que as mulheres não apenas tenham acesso à ciência, mas possam ascender e ocupar espaços de liderança”, afirmou.
Confira as vencedoras:
Categoria Estímulo:
- Ciências da Vida: Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá (Instituto Nacional de Câncer – INCA)
- Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Patrícia Takako Endo (Universidade de Pernambuco – UPE)
- Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Marina Alves Amorim (Fundação João Pinheiro – FJP)
Categoria Trajetória:
- Ciências da Vida: Camila Cherem Ribas (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA)
- Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Mariangela Hungria da Cunha (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa)
- Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Débora Diniz Rodrigues (Universidade de Brasília – UnB)
Categoria Mérito Institucional:
- Universidade Federal Fluminense (UFF)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)
Cada premiada na categoria Estímulo recebeu R$ 20 mil, passagem e diárias para participar de eventos científicos. Na categoria Trajetória, as vencedoras foram contempladas com R$ 40 mil e uma missão ao Reino Unido. As instituições receberam R$ 50 mil para fortalecer suas políticas de equidade.
Impacto e continuidade da iniciativa
Durante a cerimônia, a ministra Luciana Santos reforçou que essa é apenas a primeira edição do prêmio. “Precisamos garantir que esse talento, essa dedicação e inovação das mulheres sejam reconhecidos, valorizados e incentivados”, declarou. “A gente sempre fala de equidade, sempre fala de luta por justiça, mas é preciso dizer que isso também é uma questão de excelência. Quanto maior diversidade, melhor a nossa produção científica”, explicou Luciana. Segundo ela, novas iniciativas estão sendo estruturadas, como o edital Meninas e Mulheres na Ciência, que já recebeu investimentos de R$ 100 milhões.
Patrícia Takako, vencedora da categoria Estímulo, destacou o papel coletivo da conquista. “Agradeço a todas as mulheres que ficaram, as que deixaram um pouco do conhecimento delas comigo e também as que permitiram que eu deixasse um pouco do meu conhecimento com elas. Esse prêmio, sem dúvida alguma, é a construção de uma jornada conjunta de todas nós”.
O evento reafirmou o compromisso do governo e da comunidade científica com a equidade de gênero. “A ciência precisa de diversidade para avançar. Esse reconhecimento é essencial para construirmos um futuro mais justo e inovador”, concluiu a ministra.
Assista a cerimônia de entrega no Youtube.
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