No Dia do Estudante, celebrado neste dia 11 de agosto, o Palácio do Planalto recebeu professores, estudantes, prefeitos, governadores e gestores de todo o país para prestigiar a primeira edição do Prêmio MEC da Educação Brasileira, uma iniciativa inédita que reconhece o esforço e o talento daqueles que, mesmo diante de dificuldades, acreditam no poder da educação para mudar vidas.
Ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, o presidente Lula entregou 116 premiações em oito categorias, valorizando redes públicas, escolas e estudantes que se destacaram no desempenho acadêmico, na inclusão, na alfabetização e na redução das desigualdades raciais.
Lula emocionou o público ao abrir seu discurso chamando a cerimônia de “o Oscar da Educação”.
“A sensação que eu tive aqui entregando esse prêmio para vocês é como se eu estivesse entregando o Oscar. O Oscar da resiliência, o Oscar da teimosia, o Oscar de pessoas que acreditam que não tem nada impossível nesse planeta quando a gente tem vontade”.
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Educação como prioridade
O presidente falou com paixão sobre a urgência de colocar a educação no centro das políticas públicas do país. “Não há exemplo nenhum na história da humanidade de algum país que tivesse se transformado em país de primeira grandeza sem antes fazer investimento na educação. A educação é boa para o país, é boa para o mundo, é boa para a cidade, para a família e, sobretudo, para a pessoa que consegue se formar”.
Ao lembrar que um terço dos brasileiros não concluiu o ensino fundamental, Lula ressaltou que este cenário é resultado de descaso histórico.
“Esse número é o retrato do descaso histórico com a educação no Brasil. Nós resolvemos mudar a regra do jogo. O Estado não pode transferir a sua responsabilidade para a família, nem para Deus. É preciso assumir a responsabilidade”.
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Acesso, permanência e qualidade
Lula exaltou programas como o Pé-de-Meia, que já reduziu drasticamente a evasão no ensino médio. “Se 480 mil jovens abandonavam a escola por ano, isso não é um problema só da família. É problema do Estado. E nós assumimos como problema do governo, porque não podemos deixar nossos adolescentes desistirem de estudar para sustentar o orçamento familiar”.
O presidente também destacou a meta de alfabetizar 80% das crianças até o segundo ano até 2030, ampliar as escolas de tempo integral e expandir o ensino técnico.
“Nós vamos terminar este mandato com 785 institutos federais espalhados pelo país. Ainda é pouco diante do atraso que vivemos, mas é um passo firme para garantir competitividade e soberania”.
Veja a íntegra da cerimônia:
“Foi graças a um curso técnico no Senai que eu fui o primeiro filho da minha mãe a ganhar mais que o salário mínimo. Fui o primeiro a ter televisão, geladeira, carro. Fui o primeiro a ser presidente do sindicato e o único a ser presidente da República. Se eu, nascido onde nasci, cheguei onde cheguei, vocês podem chegar muito mais longe”.
Ele deixou um recado aos jovens premiados: “O que vocês não podem é desistir. Não podem desanimar. Não podem deixar de sonhar. Quem sonha pequeno pensa pequeno. É preciso sonhar grande, porque o Brasil está precisando de todos nós”.
Olhar estratégico do MEC
Antes de Lula, o ministro Camilo Santana apresentou um diagnóstico preocupante, com 66 milhões de brasileiros não terem concluído o ensino básico.
“O mínimo que uma nação tem que garantir a seus filhos é a conclusão do ensino básico… Isso tem um efeito forte na questão social e na economia do país”.
Ele detalhou ações como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, a Lei da Escola em Tempo Integral, com meta de 1 milhão de novas matrículas anuais, o Pé-de-Meia e a criação de 100 novos institutos federais.
Também anunciou a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), permitindo que parte dos juros da dívida dos estados seja investida em educação. “Nós não queremos nenhum aluno fora da escola pública desse país”, afirmou.
O ministro explicou que o prêmio busca reconhecer redes e escolas que, mesmo em contextos de alta vulnerabilidade socioeconômica, alcançam resultados expressivos.
“O objetivo aqui não é promover competição, é reconhecer e inspirar. É garantir acesso, qualidade da aprendizagem, permanência e equidade, sem deixar ninguém para trás”.
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Prêmio MEC
A seleção dos premiados foi feita com base em dados do Censo Escolar, do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), das avaliações de alfabetização e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foram entregues:
– 62 prêmios para estados, municípios e escolas, com valores entre R$ 100 mil e R$ 500 mil, além de troféus e certificados.
– 54 prêmios para estudantes pelo desempenho na redação do Enem, que receberam medalhas, celulares e tablets doados pela Receita Federal.
– 49 professores homenageados pelo acompanhamento e dedicação às redes e escolas premiadas
As oito categorias contemplam desde Educação Infantil e Alfabetização até Educação Profissional e Tecnológica, sempre com critérios de equidade racial e social.
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Soberania nacional
Encerrando a cerimônia, Lula reforçou que a educação é também uma questão de soberania e democracia.
“Nós precisamos de um país soberano, democrático, em que o povo brasileiro seja o único dono do seu nariz. E isso começa garantindo que todo menino e menina deste país tenha a mesma oportunidade de aprender, de se formar e de viver com dignidade”.
Confira aqui a lista de premiados.
Da Redação, com informações do MEC