Prefeitos de duas cidades da Bahia são afastados em nova fase de operação que mira desvio de emendas

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira 27, mais uma etapa da Operação Overclean, que investiga desvios de recursos públicos por meio de emendas parlamentares. A ação levou ao afastamento de dois prefeitos da Bahia e de um assessor do deputado federal Félix Mendonça (PDT-BA). O parlamentar teve seu sigilo telefônico quebrado.

Foram afastados dos cargos Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira (PT), prefeito de Ibitanga, e Alan Machado (PSB), prefeito de Boquira. Ambos são suspeitos de participar do esquema de desvio de emendas parlamentares na Bahia.

O deputado do PDT não foi alvo de mandados, mas teve o sigilo telefônico quebrado por decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a nova fase da operação.

Um assessor parlamentar lotado no gabinete do pedetista, porém, é suspeito de atuar como principal operador financeiro do esquema e também foi afastado de suas funções. A identidade do auxiliar do político ainda não foi confirmada pela PF.

O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA).
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão nas cidades baianas de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga.

A investigação é conduzida em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal. Segundo a PF, o grupo investigado atuava na liberação de emendas entre 2021 e 2024 mediante pagamento de propina.

Os prefeitos afastados do cargo e o deputado que teve o sigilo telefônico quebrado ainda não comentaram a operação desta sexta-feira.

Esquema bilionário

A Overclean começou em dezembro de 2024 para investigar corrupção envolvendo recursos públicos destinados a municípios via emendas parlamentares. A PF identificou contratos superfaturados, licitações direcionadas e empresas de fachada para simular concorrência.

Em fases anteriores, foram apreendidas planilhas com mais de cem nomes e codinomes ligados ao esquema. A operação revelou participação de empresários e agentes públicos em diferentes níveis de governo.

Entre os investigados está José Marcos de Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, preso na primeira fase e apontado como articulador do grupo. Na casa dele, a PF encontrou escritura de imóvel vinculada ao deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que nega irregularidades.

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