O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, recuou da decisão de afastar 25 diretores de escolas municipais, sob a alegação de que participariam de um curso obrigatório de atualização. Porém, agora articula outro ataque contra a educação. Nunes anuncia a privatização de escolas municipais, outro plano neoliberal contra o ensino público em São Paulo. A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que vai começar por três escolas em construção, nos bairros de Campo Limpo, Pirituba/Jaraguá e Santo Amaro, que serão utilizadas como modelo para o início dessas concessões.
A medida, na prática, é copia do modelo de privatização estadual adotado pelo governador Tarcísio de Freitas, que anunciou a concessão de 143 escolas públicas do estado de São Paulo, após conseguir, na Justiça, derrubar a suspensão desta iniciativa que precariza o ensino público e passa a ter o lucro como alvo principal das empresas.
O Secretário de Educação de São Paulo, Fernando Padula, afirma que “a proposta é que a gestão seja feita por meio do modelo de concessão porteira fechada”. Nesse formato, a prefeitura repassa um valor em dinheiro para que a entidade sem fins lucrativos assuma a administração completa das unidades de ensino, desde a contratação de professores, demais funcionários até a manutenção da escola.
Ataque ao ensino público municipal
É, na prática, um plano neoliberal de ataque ao ensino público em São Paulo. Entusiasmado com a iniciativa, Padula informou, em entrevista à rádio CBN, que nada será cobrado dos estudantes e que elas serão “escolas públicas, gratuitas e parceiras”. Mas não explicou sobre questões como valores a serem repassados para os futuros gestores. Nada também em relação a valores investidos.
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A vereadora petista, líder da bancada, Luna Zarattini, classificou a iniciativa do prefeito Ricardo Nunes como um retrocesso ao ensino público municipal. Em suas redes sociais, denuncia a terceirização e destaca que a gestão municipal promove um verdadeiro ataque às escolas públicas de São Paulo. A privatização ameaça autonomia dos professores, a contratação de servidores efetivos para atuar na área educacional e deixa o ensino de gerações inteiras nas mãos de iniciativa privada, que visa lucros exorbitantes e pode interferir no conteúdo pedagógico.
Da Redação