Quem visita a feira, garante registros de cada momento vivido nas câmeras e memória. Foto: Emilly Firmino

Por Vanessa Gonzaga/Equipe de texto da 5º Feira
Da Página do MST

O que seria de uma feira sem o seu público? Todos os dias, milhares de pessoas transitam pelo Parque da Água Branca e conhecem melhor o Movimento Sem Terra (MST) na Feira Nacional da Reforma Agrária.

Seja através dos alimentos livres de veneno, conhecendo os produtos beneficiados nas agroindústrias, participando dos seminários e debates ou se encantando com as apresentações culturais e shows de artistas parceiros do movimento, a população é parte essencial da Feira.

De todos os cantos da cidade, o público participa com um objetivo que vai muito além de comprar alimentos a preços justos, mas para estreitar os laços com o MST e fortalecer a luta em defesa da reforma agrária.

Nina Bandeira, da cidade de São Paulo, já participou de quatro edições da Feira e relembra que em 2019, o então governador do estado, João Dória (PSDB), impediu a realização do evento.

“Essa já é a quarta, talvez quinta vez que venho. Fiquei triste quando teve o hiato lá que não teve as feiras, mas a gente sempre tá por aqui”, brinca Nina.

População se encanta com a diversidade dos produtos e a força do MST. Foto: Mykésio Max

Com uma lista de produtos em mãos, Nina já circula pelos espaços da Feira com a lembrança de sabores que só podem ser garantidos a partir da produção de assentamentos e acampamentos do MST.

“Eu vim procurando geleia de cupuaçu, que em São Paulo é difícil achar e também alguns temperos. Comprei temperos de Goiás, banana roxa, que nem sempre se acha aqui. Gosto muito dos amanteigados, das bolachinhas, das frutas da agroecologia, feijão, grãos… de tudo um pouco”, lista.

Nina ressalta também o papel da feira na consolidação da imagem do MST perante à sociedade. Para ela, “o MST é o movimento social mais importante que a gente tem no Brasil e quando a feira acontece aqui, bem nessa área central de São Paulo, as pessoas veem o que é o MST. É um momento muito importante, muito significativo, porque ajuda a consolidar a imagem do que é o MST”, finaliza.

Quem também se impressionou com a diversidade dos produtos foi Camila Barros, de Recife. Ela está de passagem em São Paulo e aproveitou a oportunidade para conhecer a Feira.

“Achei muito interessante o cajá-manga, o licor de jabuticaba e a cachaça de jambu. Eu vim pra São Paulo visitar minha família e me recomendaram vir até a feira, estou achando muito legal”, destaca Camila.

Com mais de 500 toneladas de produtos, a 5ª edição da Feira da Reforma Agrária garante esse ano uma diversidade de mais de 1800 tipos de produtos, que vão desde alimentos in natura até agroindustrializados, como doces e geleias.

“A Feira da Reforma Agrária é uma celebração da vida, do encontro de pessoas que estão na luta, na batalha, com alegria e disposição, produzindo alimentos, produzindo arte, artesanato, coisas que fazem bem para a vida e para a humanidade”, conta Fernando Pereira, que participa da feira pela segunda vez.

Fernando e a mãe comemoram a oportunidade de garantir produtos sem veneno por preço justo. Foto: Vanessa Gonzaga

Com um carrinho cheio de alimentos, Fernando circula pela feira com sua mãe e aproveitou para fazer compras de alimentos orgânicos por preços acessíveis. Para ele, essa é uma forma de mostrar na prática como a produção da agricultura familiar pode fortalecer o comércio local e as cadeias produtivas sustentáveis.

“A gente precisa bastante de ações como essa em São Paulo e em todas as outras grandes cidades. É uma maneira de gerar o encontro e criar pontes entre o urbano e o campo e evitar a mediação de grandes corporações. Assim, a gente que vive na cidade pode ter acesso a alimentos saudáveis e pode nutrir uma cadeia produtiva de pessoas que estão na terra. É uma pena que a gente não tenha uma a cada 6 meses porque é fundamental esse espaço”, lamenta.

Neste ano, a feira está ainda maior que na edição anterior e a expectativa é receber mais de 300 mil pessoas ao longo dos quatro dias, e a dimensão do evento impressiona quem tem a oportunidade de conhecer.

“É muito maior do que eu pensava, muita diversidade, muito interessante, muito legal. Eu gosto muito do MST, eu já conhecia o movimento mas agora estou conhecendo melhor” celebra Camila.

* Editado por Mariana Castro

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Last Update: 09/05/2025