As cotações do petróleo registraram forte alta nesta segunda-feira, 23, impulsionadas pela intensificação do conflito no Oriente Médio após os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã.

O movimento nos preços ocorreu logo na abertura dos mercados, em resposta ao temor de que Teerã reaja militarmente, colocando em risco o abastecimento global de energia. As informações são da agência Sputnik Brasil.

O barril de petróleo subiu 5,7% nas primeiras horas do dia, atingindo US$ 81,40. A valorização reflete a preocupação de investidores com uma possível interrupção nas exportações de petróleo e gás da região, especialmente através do estreito de Ormuz, rota por onde circula uma parte significativa do petróleo extraído no Golfo Pérsico.

O aumento nas tensões começou no sábado, 21, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou ataques contra três instalações nucleares iranianas.

Segundo a administração norte-americana, a operação teve como objetivo reduzir a capacidade de enriquecimento de urânio do Irã. Em reação, o governo de Teerã declarou que pretende exercer seu direito à autodefesa conforme previsto pelo direito internacional.

“O Irã não terá de braços cruzados diante das agressões dos Estados Unidos. Temos o direito de responder e defender nossa soberania”, afirmou uma porta-voz do governo iraniano.

A elevação nos preços do petróleo ocorre em um contexto de instabilidade prolongada. Na semana anterior, forças israelenses haviam conduzido bombardeios contra alvos iranianos, ampliando a tensão na região.

O Oriente Médio responde por aproximadamente um terço da produção global de petróleo. Qualquer escalada militar entre os principais países produtores gera reações imediatas nos mercados e pode desorganizar as cadeias de suprimento internacionais.

Com o avanço das tensões, contratos futuros de petróleo e gás também passaram a operar em alta, enquanto as taxas de frete para transporte de combustíveis foram reajustadas.

Empresas de logística e seguradoras passaram a revisar protocolos de segurança para embarcações que transitam na região, especialmente próximas ao estreito de Ormuz, ponto estratégico para o escoamento de petróleo exportado por países como Irã, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.

Uma fonte do setor ouvida pela Sputnik Brasil explicou que o risco de interrupção no fornecimento não se limita ao Irã. “Qualquer interrupção significativa no fornecimento fornecido do Irã ou de seus vizinhos terá impacto direto nos preços globais e na segurança energética mundial”, afirmou o especialista.

As incertezas também afetam decisões estratégicas de governos e empresas que atuam no setor energético. Com a possibilidade de novos ataques norte-americanos e uma eventual resposta militar do Irã, a tendência é de aumento na volatilidade dos preços nas próximas semanas.

Até o momento, os Estados Unidos não confirmaram se haverá novas ofensivas. Tropas norte-americanas permanecem posicionadas em bases no Oriente Médio em estado de alerta. Paralelamente, o Irã tem intensificado articulações diplomáticas com países da região e com parceiros internacionais. Fontes do governo iraniano indicaram que uma resposta está sendo preparada e será “proporcional e estratégica”, sem detalhar prazos ou alvos.

A expectativa agora recai sobre os desdobramentos políticos e militares das próximas semanas. O mercado monitora com atenção qualquer movimento que possa indicar um agravamento da situação. Um conflito de maiores proporções envolvendo Estados Unidos, Irã e seus aliados regionais poderia impactar diretamente os preços da energia em escala global e gerar reflexos sobre inflação, juros e crescimento econômico em diferentes países.

No cenário atual, o estreito de Ormuz permanece como ponto central de preocupação. Qualquer tentativa de bloqueio ou ataque nessa área pode desencadear uma crise logística de grande escala, com efeitos sobre o comércio internacional de petróleo e derivados.

Com a escalada dos preços e a incerteza geopolítica, autoridades e instituições multilaterais seguem avaliando o impacto dos acontecimentos recentes. Não há, até agora, iniciativas públicas de mediação para reduzir as tensões. O Conselho de Segurança da ONU ainda não se pronunciou oficialmente sobre os ataques ou sobre uma eventual resposta coordenada da comunidade internacional.

Enquanto isso, o mercado global segue reagindo à possibilidade de que novos episódios de confronto comprometam a estabilidade no fornecimento de energia e provoquem aumentos adicionais nos preços do petróleo nos próximos dias.

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Last Update: 23/06/2025