Nesta terça-feira (27), o secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu um alerta global sobre a rápida elevação do oceano, e mencionou cidades do Rio de Janeiro que correm risco de terem praias engolidas pelo avanço do mar. Já no litoral de São Paulo, diversas margens também enfrentam um grave risco de erosão costeira, segundo estudos da organização Climate Central, dos Estados Unidos.
As prefeituras das cidades litorâneas têm adotado diversas medidas para tentar conter esse fenômeno, como a implementação de barreiras submersas, construção de muros, uso de sacos de areia e a preservação da vegetação local. Apesar dessas iniciativas, o problema persiste, colocando em risco tanto a biodiversidade quanto as comunidades que vivem próximas às praias.
O Mapa de Risco à Erosão Costeira do Estado de São Paulo, elaborado pelo Instituto Geológico do Estado de São Paulo, com dados de 2017, indica que as praias mais vulneráveis ao avanço do mar incluem:
- Ubatuba:
- Ubatumirim
- Barra Seca
- Itaguá
- Praia Grande
- Fortaleza
- Maranduba
- Caraguatatuba:
- Tabatinga
- Massaguaçu
- Caraguatatuba
- São Sebastião:
- Enseada
- São Francisco
- Pontal da Cruz
- Baraqueçaba, em São Sebastião
- Ilhabela:
- Perequê
- Itaguaçu
- Bertioga:
- Itaguaré
- São Lourenço
- Guarujá:
- Pernambuco
- Astúrias
- São Vicente:
- Gonzaguinha
- Capitão
- Itanhaém:
- Praia de Itanhaém
- Peruíbe:
- Praia de Peruíbe
- Guaraú
- Iguape:
- Itacolomi
- Jureia
- Leste
- Ilha Comprida:
- Praia de Ilha Comprida
A Fundação Florestal define a erosão costeira como um fenômeno natural que ocorre nas áreas costeiro-marinhas e no litoral sul do estado de São Paulo. O processo de erosão costeira é intensificado por fatores humanos, como a retirada de areia rio acima, construção de barragens e o padrão de ocupação local.
“A erosão costeira tem várias causas: desde a retirada de areia rio acima, a construção de barragens, o aumento ou a diminuição de chuva, até as mudanças climáticas, o padrão de ocupação local”, explicou o professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), ao Metrópoles.
Segundo Turra, cerca de 40% da região costeira brasileira está vivenciando um severo processo de erosão. A Barra do Una, em Peruíbe, exemplifica bem esse processo, onde a ocupação da bacia hidrográfica tem alterado a desembocadura do rio, agravando o problema.
“Esse é um movimento natural que ocorre no passado geológico ou em momentos em que não ocorria ocupação humana”, ressaltou o professor.
Com o avanço do mar, áreas de praia são perdidas, impactando diretamente a vegetação de restinga e ameaçando casas e edificações próximas. Esse fenômeno, agravado pelas mudanças climáticas, requer atenção urgente das autoridades e da população local para minimizar os danos e proteger o litoral paulista.