Quem acompanha a situação em Marrocos percebe o abismo crescente entre as promessas do regime e a realidade dos cidadãos. Enquanto o regime promove a imagem de “estabilidade e desenvolvimento”, milhões de marroquinos vivem à margem, sem educação de qualidade, saúde ou oportunidades de trabalho.
A monarquia absoluta concentra poder e riqueza, impedindo qualquer expressão democrática real. Toda voz crítica é acusada de traição ou de atentar contra as “sagradas instituições”, quando, na verdade, o povo exige apenas dignidade e justiça.
As experiências democráticas pelo mundo demonstram que a verdadeira estabilidade não se constrói com repressão, mas sim com a participação popular e o respeito à sua vontade. Por isso, a mudança em Marrocos já não é apenas uma reivindicação de uma elite, mas sim uma necessidade histórica imposta pelas condições econômicas, sociais e políticas.
Marrocos merece uma república democrática e justa, que coloque o interesse do povo acima do interesse do trono e faça do ser humano o valor supremo — não apenas um súdito a serviço do poder.