A política monetária do Banco Central enfrenta críticas unânimes e oposição de segmentos da indústria, agronegócio, comércio e sistema financeiro, por não ter respaldo técnico entre renomados economistas e agentes do setor produtivo e financeiro.
As razões apresentadas pelo presidente Roberto Campos Neto para manter a taxa de juros são consideradas uma falácia. Os índices de inflação estão abaixo do teto definido pelo Conselho Monetário Nacional.
O projeto de desenvolvimento sustentável com justiça social, bem recebido em fóruns internacionais, está sendo inviabilizado por interesses escusos. A suspeita de favorecimento ao rentismo paira sobre muitas cabeças e a credibilidade do Banco Central começa a ser questionada.
A taxa de juros adotada pelo Banco Central inviabiliza qualquer projeto de recuperação e crescimento da economia. A expansão do crédito, fundamental para investimentos e reconstrução do mercado interno de consumo, se tornou inexequível.
Há um programa de governo amplamente debatido e referendado nas urnas, que deve ser respeitado. O mandato do presidente Lula não pode ser subordinado aos desígnios do presidente do Banco Central.
A autonomia do Banco Central não foi concedida para abrigar a banca ou ser usada politicamente. O Banco Central não está cumprindo sua função precípua e está sendo isolado da realidade econômica do país.
O presidente do Banco Central sai da sua seara técnica e se embrenha na articulação política, frequentando jantares com possíveis candidatos para as eleições de 2026. A máscara caiu e a politização da política monetária ficou exposta.
Tendo em vista as amarras colocadas no crescimento econômico pelas taxas de juros, gostaria de conclamar todos os setores da economia a se somarem aos esforços do governo Lula para que o presidente do Banco Central faça uma política monetária a favor da economia e não contra.
José Guimarães é advogado, deputado federal e líder do governo na Câmara