Neste ano, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, do PCO, decidiu convocar e realizar um ato independente no 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. É necessário resgatar o caráter de luta e de defesa das reivindicações femininas que estão na origem desta data.

Histórico de Luta

Diante das mobilizações específicas de mulheres que já estavam acontecendo em todo o mundo, no II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado em 1910, na Dinamarca, as militantes revolucionárias da II Internacional, marcadamente Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo, propuseram que fosse estabelecido um Dia Internacional de Luta das Mulheres. Uma referência mundial, como o 1º de Maio para os trabalhadores, de mobilização em defesa de reivindicações fundamentais como a redução da jornada, o voto feminino (sufrágio universal), entre outros. Mas também como delimitação da luta revolucionária das mulheres com o feminismo burguês já atuante na época, principalmente com a reivindicação específica do voto.

Décadas depois se tornaria data oficial da ONU, e a tradicional demagogia burguesa passaria a dominar os eventos relacionados com esse dia.

No último período, outro fenômeno se apresentou. Embora esteja em aparente oposição às flores da demagogia burguesa, e estar sendo levado adiante no Brasil por setores de esquerda, a data foi dominada por uma política burguesa, que em última instância está levando ao apagamento da mulher: o identitarismo. A chamada cultura woke, ideologia que busca substituir a luta concreta do movimento das mulheres e dos oprimidos, por questões culturais e de comportamento.

Independência

Faz-se necessária uma “Separação contundente” como escreveu Clara Zetkin, ainda no séc. 19. Por isso, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo convoca todas as mulheres e movimentos que defendem os direitos democráticos, e se opõem ao identitarismo, ao feminismo pró-imperialista, liberal, sustentado ideologicamente e financeiramente pela burguesia, a realizar um verdadeiro 8 de Março de Luta das Mulheres.

  • Pelo direito ao aborto, e pela maternidade com direitos e assistência, licença maternidade de um ano; salário-família equivalente a um salário mínimo; creches públicas e gratuitas para todas as crianças;
  • Educação e Saúde públicas e de qualidade; salário igual para trabalho igual; aumento de 100% dos salários das categorias de maioria feminina, como saúde, educação, etc.
  • fim da violência, não com o avanço do punitivismo, mas com a promoção da autodefesa, da emancipação econômica, do apoio e proteção às mulheres;
  • Bolsa-família de, pelo menos, um salário mínimo, assegurado às mulheres e membros da família sem renda; salário-desemprego igual aos salários da ativa, enquanto perdurar o desemprego;
  • Abaixo a ditadura: liberdade de expressão e de organização,
  • Abaixo o identitarismo, por um movimento de mulheres em unidade com a classe trabalhadora, na cidade e no campo;
  • Pela revolução e pelo comunismo.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 25/02/2025