Donald Trump; recém-eleito Presidente americano voltou a defender a compra da Groenlândia – Foto: Reprodução

Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, voltou a defender a compra da Groenlândia, uma proposta que remonta ao seu primeiro mandato na Casa Branca.

A ilha, com 56 mil habitantes, é um território autônomo da Dinamarca. Apesar de o governo dinamarquês e as autoridades locais reafirmarem que a Groenlândia “não está à venda”, Trump insiste na aquisição. Em uma publicação no Truth Social no mês passado, ele afirmou:

“Por razões de Segurança Nacional e Liberdade em todo o Mundo, os Estados Unidos acreditam que a propriedade e o controle da Groenlândia são absolutamente necessários.” Ele também anunciou Kenneth Howery, cofundador do PayPal, como seu indicado para embaixador na Dinamarca.

A Groenlândia, três vezes maior que o Texas, está localizada a nordeste do Canadá. Sob domínio dinamarquês por mais de 200 anos, a ilha ainda tem sua política externa parcialmente controlada pela Dinamarca. Contudo, desde 1979, possui autonomia para assuntos internos, consolidada pela Lei de Autogoverno de 2009.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, reafirmou: “Não estamos à venda e nunca estaremos.”

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede – Foto: Reprodução

Para Trump, a compra da Groenlândia seria uma questão de segurança nacional. Os EUA possuem na ilha a Base Espacial Pituffik, construída no início da Guerra Fria, estrategicamente localizada para defesa antimísseis e missões de vigilância espacial. Além disso, a Groenlândia abriga vastos recursos naturais, como petróleo e minerais raros.

Em 2019, o senador Tom Cotton destacou, em um artigo no New York Times, os benefícios estratégicos da aquisição, mencionando tentativas da China de comprar uma base naval dos EUA na ilha em 2016 e de construir aeroportos na região.

A história do interesse americano na Groenlândia não é recente. No século XIX, o governo de Andrew Johnson encomendou um relatório sobre os recursos naturais da ilha. Já no pós-Segunda Guerra Mundial, Harry Truman ofereceu US$ 100 milhões pela Groenlândia, mas a proposta foi rejeitada.

Estimativas atuais sugerem que a compra da ilha poderia custar cerca de US$ 1,7 trilhão. Enquanto isso, a Dinamarca anunciou no mês passado um investimento de US$ 1,5 bilhão em defesa na Groenlândia, uma decisão, segundo o ministro da Defesa Troels Lund Poulsen, tomada antes da renovada pressão de Trump.

Os habitantes da Groenlândia, majoritariamente indígenas, possuem cidadania dinamarquesa e dois representantes no parlamento da Dinamarca. O ex-ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Martin Lidegaard, declarou em 2019:

“O povo groenlandês tem seus próprios direitos.”

O interesse dos EUA na Groenlândia reflete tanto ambições estratégicas quanto a crescente importância da região devido às mudanças climáticas e à exploração de recursos.

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Last Update: 08/01/2025