O que poderia parecer um gesto inocente tem todos os indícios de não ser.
Muito ao contrário.
É o que revela a polêmica em torno de Ronaldo Souza, conhecido como Gato Galático nas redes, após o influencer que está arrebatando o coração das crianças realizar uma publicação em seu perfil no X, antigo Twitter.
No post feito na quinta-feira (27), Ronaldo publicou uma foto bebendo leite, questionando sobre a “descriminalização” da bebida.
A publicação repercutiu rapidamente, uma vez que a ação é um gesto associado a movimentos neonazistas americanos, que utilizam o ato de beber leite branco como símbolo da supremacia branca.
Internautas comentaram imediatamente sobre o caso, e o nome de Gato Galático alcançou os trending topics do X.
A legenda publicada pelo youtuber foi o principal ponto que deixou os usuários intrigados, questionando se ele estava, de fato, demonstrando apoio ao nazismo.
“Podemos descriminalizar o leite cru também? Não faz o menor sentido ser ilegal”, escreveu Ronaldo.
Podemos descriminalizar o leite cru também? Não faz o menor sentido ser ilegal. pic.twitter.com/HBioIZ0AEH
— Ronaldo Souza (@OGatoGalactico) June 27, 2024
Copo de leite
Um gesto similar ao de Ronaldo foi realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2020.
A ação ocorreu durante uma live e foi reproduzida por apoiadores do ex-mandatário.
Ação não é inofensiva
Embora aparentemente inofensivo, historiadores afirmam que não há dúvida sobre o significado do gesto.
“Nacionalistas brancos fazem manifestações bebendo leite para chamar a atenção para um traço genético conhecido por ser mais comum em pessoas brancas do que em outras – a capacidade de digerir lactose na idade adulta. É uma tentativa racista de se embasar em ‘ciência’ para diferenciar e justificar a ‘raça branca’. Mas, como já provado e explicado por toda ciência, não há evidência genética para apoiar qualquer ideologia racista. O que há é, na verdade, um governo tosco e motivado pelo ódio”, explicou o antropólogo David Nemer.
Apoiadores de Bolsonaro e apoio ao nazismo
O cenário se agrava quando outros apoiadores do ex-presidente realizam gestos e manifestações de apoio ao nazismo. Em março de 2021, durante uma sessão do Senado, o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, foi flagrado fazendo gestos considerados obscenos e racistas às costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Juntando o polegar ao indicador, Martins manteve os demais dedos esticados e fez movimentos repetitivos com a mão ao lado do paletó. Para grupos de extrema direita, os três dedos esticados simbolizam a letra “W”, uma referência à palavra em inglês “white” (branco). Já o círculo formado representa a letra “P”, para a palavra “power” (poder).
Outra fiel seguidora de Bolsonaro que se envolveu em polêmicas relacionadas ao nazismo é Sara Winter. Ela adotou o sobrenome “Winter” em homenagem a Sarah Winter, uma mulher inglesa que se tornou espiã nazista e integrante da União Britânica de Fascistas.
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