O Irã comunicou com antecedência aos governos do Catar e dos Estados Unidos seu plano de atacar a base militar estadunidense de Al Udeid, no Catar, nesta segunda-feira (23), conforme revelado por fontes diplomáticas ao The New York Times e à Reuters. O ataque com mísseis, denominado “Anunciação da Vitória”, foi apresentado como resposta aos recentes bombardeios dos EUA contra instalações nucleares iranianas.
Autoridades do Irã afirmaram ter disparado pelo menos seis mísseis, número que corresponderia à quantidade de bombas lançadas pelos EUA. Enquanto o governo iraniano classificou a operação como “bem-sucedida” e de “alto poder destrutivo”, as autoridades catarianas garantiram que todos os projéteis foram interceptados, sem registrar baixas ou danos significativos.
O aviso prévio foi transmitido horas antes do ataque através de dois canais diplomáticos distintos para os EUA, com o Catar recebendo detalhes específicos da operação. Medidas preventivas foram tomadas, incluindo o fechamento do espaço aéreo catarino momentos antes do ataque.
Imagens de satélite revelaram que a base, que normalmente abriga mais de 10 mil militares dos Estados Unidos, estava praticamente vazia no momento do ataque, com apenas uma aeronave visível em solo.
O presidente estadunidense, Donald Trump, havia declarado no sábado (21): “Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã”, reforçando a postura dura de seu governo.
Em resposta, o líder iraniano aiatolá Ali Khamenei publicou uma imagem da bandeira dos Estados Unidos em chamas, acompanhada da mensagem: “Não aceitaremos nenhum tipo de agressão”.
Analistas interpretam o ataque como uma manobra calculada do Irã, que busca equilibrar pressões internas e externas. Para o público iraniano, a ação demonstra capacidade de retaliação e força diante das agressões americanas.
Já no cenário internacional, o aviso prévio e os danos limitados sugerem uma tentativa de evitar escalada do conflito, mantendo abertas as portas para soluções diplomáticas.
Este padrão de ação repete estratégias anteriores do Irã, como em 2020 quando alertou o Iraque antes de atacar bases dos EUA em seu território.
