Consumo das famílias ajudou a puxar expansão do PIB. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Brasil retomou o status de país de classe média em 2024, com 50,1% dos domicílios pertencentes às classes C, B e A, representando uma renda mensal superior a R$ 3,4 mil. Esse marco, não alcançado desde 2015, foi impulsionado pela melhora no mercado de trabalho no período pós-pandemia.

A transição de famílias das classes D/E para a classe C foi notável, refletindo um ambiente econômico mais favorável e reajustes do salário mínimo acima da inflação em 2023 e 2024.

A principal força motriz desse avanço foi o aumento da massa salarial, com crescimento de 9,5% na classe C e 8,7% na classe B em 2024, superiores à média nacional de 7%. Esse crescimento também se refletiu em uma maior inclusão no mercado formal, com a criação de 3,6 milhões de vagas de trabalho com carteira assinada desde 2023. O desemprego chegou ao menor nível histórico, de 6,1%, no final de 2024, consolidando a recuperação econômica.

Apesar dos avanços, a desigualdade ainda representa um desafio. Embora tenha havido uma redução significativa em 2024, impulsionada pelo aumento da renda dos 50% mais pobres em 10,2%, o progresso na distribuição de renda permanece lento. Especialistas apontam que a alta informalidade e as disparidades salariais ainda limitam uma mobilidade social mais ampla e sustentável.

Notas de R$ 50. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Outro fator crucial foi a valorização do trabalho e a diversificação das fontes de renda das famílias. Além dos salários, benefícios sociais e outros rendimentos, como aposentadorias e pensões, desempenharam papéis importantes na composição da renda familiar. Contudo, a pressão inflacionária e as altas taxas de juros, que favorecem as classes mais altas, criam desafios adicionais para as famílias de menor renda.

A educação, por sua vez, continua sendo um ponto de inflexão para a mobilidade social no Brasil. Apesar do aumento na escolaridade, a baixa qualidade do ensino compromete o ganho de produtividade e limita a ascensão das classes mais vulneráveis. Para especialistas, o investimento em capital humano é essencial para consolidar a classe média de forma sustentável.

Por fim, os resultados de 2024 indicam um cenário promissor, mas os desafios para 2025 e além são evidentes. A desaceleração do crescimento da renda, a inflação persistente e a necessidade de ajustes fiscais reforçam a importância de políticas públicas consistentes para garantir que a recente recuperação social e econômica não perca força nos próximos anos.

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Last Update: 05/01/2025