Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou nesta terça-feira (6) os sucessivos pedidos de suspeição apresentados por réus da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Durante o julgamento de sete acusados por integrar o chamado “núcleo 4” da trama golpista, ele comentou que se sente “magoado” por ser alvo frequente das estratégias das defesas, ao contrário de seu colega Luiz Fux, que também atua nos mesmos casos.

“Eu fico extremamente magoado porque, quando surge, por exemplo, o nome do Fux, ninguém pede a suspeição dele; quando surge o meu nome, são 868 pedidos de suspeição. Na verdade, suspeito é quem está pedindo a suspeição, é impressionante”, declarou, em tom de brincadeira.

O núcleo julgado é composto por acusados de disseminar desinformação, usar indevidamente a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e promover ataques a chefes das Forças Armadas que se opunham ao golpe.

Um dos episódios citados envolve dois ex-integrantes da Abin que investigaram internamente uma fake news sobre supostos laços familiares entre os ministros Fux e Luís Roberto Barroso e os donos da empresa fabricante das urnas eletrônicas. A notícia, segundo a investigação, foi considerada mentirosa — e serviu de pretexto para o comentário bem-humorado de Moraes.

Durante a sessão da Primeira Turma, os ministros também reforçaram o espírito de colegialidade dentro do Supremo, apesar das recentes divergências sobre a dosimetria das penas dos envolvidos no 8 de janeiro. Fux afirmou que tem uma amizade antiga com Moraes e elogiou seu trabalho “robusto e minucioso”.

“No Supremo não há discórdia, e sim dissenso. E tenho certeza de que essas frágeis alusões não vão afetar o ministro Alexandre, que merece respeito, assim como eu”, afirmou.

Moraes concordou com o colega e rebateu insinuações sobre desentendimentos internos. “Um tribunal é um órgão colegiado exatamente para cada um apontar, divergir, debater. Vão ter que fazer muito mais para me colocar contra vossa excelência”, disse, em referência à suposta rivalidade apontada por parte da imprensa, que ele criticou por tentar “transformar o Supremo na revista Caras”.

O ministro Flávio Dino também defendeu a convivência harmoniosa no STF, mesmo diante de debates acalorados. “Nós debatemos muito e não brigamos — até aqui, nesse um ano e meio que estou aqui, nunca. Isso é algo bastante relevante, pois legitima o colegiado ao acolher visões diferentes”, declarou.

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Last Update: 06/05/2025