
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fugiu para os Estados Unidos em março, se disse aliviado por não estar no Brasil após a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado pela Polícia Federal nesta sexta-feira (13). Em suas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou o que poderia ter acontecido com ele caso estivesse no país.
“Imagine se, quando o secretário Marco Rubio falasse que Moraes será provavelmente sancionado, eu estivesse no Brasil? Só imagine”, escreveu Eduardo, referindo-se às declarações do secretário de Estado dos EUA sobre possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo é investigado pelo STF por articular, junto ao governo de Donald Trump, sanções contra autoridades brasileiras, focando principalmente em Moraes. A prisão de Gilson Machado, aliado de Bolsonaro, reforçou o temor de que novas medidas judiciais possam atingir o núcleo próximo ao ex-presidente.
Imagine se quando @SecRubio falasse que Moraes será provavelmente sancionado eu estivesse no Brasil? Só imagine… pic.twitter.com/umfEFF1BTd
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) June 13, 2025
Prisão de Gilson Machado e suspeita de auxílio à fuga de Mauro Cid
Gilson Machado foi preso pela PF a pedido do STF sob a suspeita de ter facilitado a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e réu no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife em maio de 2025 para agilizar a documentação de Cid, que tem direito à cidadania portuguesa por descendência. A PF investiga se o objetivo seria permitir que Cid deixasse o Brasil com mais facilidade.
Tanto Machado quanto Cid negam qualquer irregularidade. Cid, que teve seus celulares apreendidos, deve prestar depoimento ainda nesta sexta-feira.
A prisão de Gilson Machado ocorre em meio a uma série de operações da PF relacionadas ao chamado “inquérito do golpe”, que apura supostas tentativas de anular os resultados das eleições de 2022. O caso envolve aliados de Bolsonaro, incluindo Mauro Cid, que já foi preso anteriormente por supostamente participar de esquemas de fraude em cartões de vacinação durante a pandemia.