
As buscas por Juliana Marins, a brasileira de 26 anos que caiu no vulcão Rinjani na Indonésia, entraram no terceiro dia nesta segunda-feira (23) com grandes desafios. O resgate foi novamente interrompido às 5h (horário de Brasília) devido às condições climáticas adversas na região.
Juliana está sozinha e sem suprimentos desde sexta-feira (20), quando despencou, segundo informações iniciais, 300 metros em um penhasco durante uma trilha. A neblina intensa e as pedras escorregadias dificultam o acesso ao local do acidente, situado em uma área remota da ilha de Lombok.
“Em um dia inteiro eles avançaram apenas 250 metros abaixo, faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram mais uma vez!”, relatou a família em atualização nas redes sociais. A falta de equipamentos adequados, como cordas longas, também tem atrasado as operações.
As dificuldades do resgate
As equipes de resgate enfrentaram dificuldades para descer a encosta íngreme e escorregadia, sendo forçadas a interromper as buscas devido à falta de equipamentos adequados e às condições do local. Além disso, a região é conhecida por neblina densa e mudanças climáticas repentinas, que reduziram a visibilidade e aumentaram os riscos para os resgates.
A falta de comunicação clara também tem sido um obstáculo para o andamento das operações. Embora helicópteros tenham sido considerados para o resgate, a dificuldade de operação em áreas de difícil acesso limitou essa possibilidade, e o uso de cordas e outros equipamentos especializados se tornou essencial para o progresso das buscas.
Além dos grupos oficiais de resgate, montanhistas experientes iniciaram uma busca particular por Juliana, como Agam Rinjani, que vem compartilhando o trajeto pelas redes sociais.
Em publicações recentes, ele aparece com outro resgatista caminhando pela trilha à noite, equipados com lanternas e material de resgate e informando uma pausa de duas horas para descanso. “Gás, gás, gás”, escreveu Agam em uma mensagem acompanhada de emojis de força.
Olha como é escorregadio o lugar onde a Juliana Marins, brasileira desaparecida após cair durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia.pic.twitter.com/otZVm3Ppdp
— Jhani (@eaijhani) June 23, 2025
Frustração com as autoridades
A família critica a demora no resgate e a desinformação recebida. No sábado (21), a embaixada brasileira em Jacarta informou que Juliana havia recebido água e comida, o que se revelou falso. Até o momento, as autoridades locais não autorizaram o uso de helicóptero para o resgate.
“Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência”, desabafou Mariana Marins, irmã da desaparecida. “Vai dar 60 horas que ela está desaparecida”, completou, destacando a angústia da família.
O Itamaraty informou que dois funcionários da embaixada em Jacarta foram enviados para Lombok para acompanhar as buscas. O ministro das Relações Exteriores também fez contatos com o governo indonésio para reforçar a operação.
“Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível”, afirmou a nota oficial.

Imagem: reprodução
Quem é Juliana Marins?
Natural de Niterói (RJ), Juliana é publicitária e dançarina de pole dance. Em fevereiro, ela partiu para um mochilão pela Ásia, passando por Vietnã, Tailândia e Filipinas antes de chegar à Indonésia.
“Fazer uma viagem longa e sozinha significa que o sentir vai sempre ser mais intenso e imprevisível do que a gente está acostumado. E está tudo bem. Nunca me senti tão viva”, escreveu em uma publicação recente.
O acidente ocorreu no primeiro dia da trilha, quando Juliana, cansada, pediu para parar e foi deixada para trás pelo guia. Horas depois, ela caiu no penhasco. A família só soube do ocorrido através de turistas espanhóis que testemunharam o fato.