Bolsonaro apontando para a faixa presidencial no dia de sua posse. Foto: Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (10) que decidiu não passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para não se submeter ao que seria, segundo ele, a “maior vaia da história do Brasil”. A declaração foi dada durante seu interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em que responde por tentativa de golpe de Estado.

“Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil. Não passei porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário do Brasil”, disse Bolsonaro. O ex-presidente é o sexto réu a depor no processo penal que investiga os atos antidemocráticos após as eleições de 2022.

O ato simbólico da passagem da faixa, tradicional na posse presidencial, foi ignorado por ele, que deixou o país antes da cerimônia de transição.

O ex-presidente havia prometido “falar por horas” e exibir vídeos em meio ao depoimento, mas Moraes negou o pedido de sua defesa para expor os conteúdos, apontando que o interrogatório não é o momento adequado para a apresentação de novos materiais.

A oitiva integra as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro já havia sido citado em outros inquéritos e agora responde como réu por organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Ele é o sexto réu a depor no processo. Já participaram de interrogatórios, desde esta segunda (9), o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Augusto Heleno.

Cid, ex-ajudante de Moraes, relatou que o plano golpista previa o monitoramento da rotina de Moraes, um dos principais alvos do grupo. Hoje, o ex-presidente e o magistrado estão frente a frente na oitiva.

Depois do ex-presidente, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general Walter Braga Netto serão ouvidos.

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Last Update: 10/06/2025