Por 42 a 21, Alerj decide revogar a prisão de Rodrigo Bacellar 

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiu, em sessão realizada na tarde desta segunda-feira 8, revogar a prisão preventiva do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União). 

O resultado – 42 votos a favor da soltura, 21 pela manutenção da detenção e duas abstenções – confirmou o parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça horas antes. Eram necessários ao menos 36 votos para derrubar a prisão, e a maioria dos presentes decidiu pelo relaxamento da preventiva.

Rodrigo Bacellar foi detido pela Polícia Federal na última quarta-feira 3, durante a Operação Unha e Carne, deflagrada após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A investigação apura se o presidente da Alerj vazou informações sigilosas da Operação Zargun para o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias.

Em depoimento à PF, Bacellar detalhou as conversas que teve com TH Joias na véspera da operação. O presidente da Alerj relatou ter recebido, de um número desconhecido, uma ligação do então deputado perguntando sobre rumores de que seria alvo de uma ação policial. “Confesso que até me assustei. Achei aquilo ato de impertinência dele: me ligar de um telefone que eu não tinha”, afirmou.

Os investigadores questionaram por que Bacellar, ao perceber que TH retirava objetos de casa e demonstrava preocupação com uma possível operação, não acionou o Ministério Público ou a Polícia Civil. Ele respondeu: “Não tô aqui pra entregar colega. Não tô aqui para proteger colega também que faz nada errado.”

A PF também obteve mensagens nas quais, na noite anterior à operação, TH Joias enviou a Bacellar um vídeo de um freezer cheio de carnes e disse temer que agentes “roubem as carnes”. O presidente da Alerj respondeu apenas: “Deixa, doido.” Já no início da manhã seguinte, com a ação em curso, o ex-parlamentar enviou fotos dos policiais dentro de sua casa. “O cara é maluco, o cara me manda um vídeo, uma foto dos policiais lá na casa dele”, disseBacellar.

O presidente da Alerj afirmou também que sua relação com TH Joias era apenas institucional e que o conheceu quando ele assumiu o mandato. Disse ter ouvido comentários sobre o histórico criminal do ex-deputado, mas que isso não influenciava sua postura: “Da porta pra dentro, se você tiver bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito.”

Com a decisão do plenário, Rodrigo Bacellar deixa a prisão e poderá responder às acusações em liberdade, enquanto a investigação segue no Supremo Tribunal Federal.

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