Na madrugada da última segunda-feira (26), três policiais militares foram filmados espancando brutalmente um jovem negro de 24 anos na avenida Afonso Pena, bairro Macuco, em Santos, litoral paulista. As imagens, amplamente divulgadas nas redes sociais, mostram o homem rendido recebendo socos no rosto, cabeça, costas e costelas, além de chutes e um mata-leão, enquanto uma mulher suplicava: “pelo amor de Deus”. A violência covarde, praticada por PMs fardados e armados contra um jovem desarmado, gerou revolta popular e expôs a brutalidade da Polícia Militar.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) alegou que o jovem causou tumulto ao tentar entrar em um bar com roupas consideradas inadequadas, usando regata, bermuda e chinelos. Segundo a SSP, ele insultou e ameaçou seguranças, retornando 40 minutos depois ainda mais exaltado, o que levou à intervenção policial. A pasta afirmou: “ao ser contido, o homem desacatou os policiais com xingamentos e resistiu à abordagem, sendo necessário o uso de força moderada para imobilizá-lo”. A SSP também declarou: “a instituição não tolera desvios de conduta e pune com rigor os agentes que não obedecem aos protocolos da corporação”. O jovem sofreu lesão na boca, foi atendido em uma UPA e o caso foi registrado como ameaça, injúria e desacato na Central de Polícia Judiciária de Santos. A PM analisa as imagens para apurar irregularidades.

A brutalidade registrada contrasta com a cínica justificativa de “força moderada” da SSP. Relatórios do Observatório de Violência Policial apontam que, em 2024, 65% das vítimas de violência policial em São Paulo eram negras, com 1.200 casos de agressões registrados. A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) intensificou operações repressivas, resultando em 320 mortes por intervenção policial no estado até outubro, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A revolta popular reflete a indignação contra a impunidade policial, enquanto o caso expõe a sistemática violência contra jovens negros.

A Polícia Militar atua como organização criminosa, dedicada a aterrorizar a população, especialmente negros e periféricos. A instituição, herdeira da repressão ditatorial, deve ser extinta e substituída por uma força de segurança democrática, eletiva e composta por cidadãos armados, comprometida com a proteção da população, não com sua opressão.

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Last Update: 30/05/2025