
A poluição por microplásticos já é considerada uma das maiores ameaças ambientais do século XXI — e o Brasil tem uma parcela alarmante nesse problema. Estudo da Academia Brasileira de Ciências (ABC) aponta que o país despeja até 190 mil toneladas de resíduos plásticos por ano no ambiente marinho, afetando rios, oceanos e, consequentemente, a saúde humana.
A produção global de plástico já ultrapassa 400 milhões de toneladas anuais, mas menos de 10% é reciclado. No Brasil, 80% do lixo que chega ao mar vem de atividades em terra — como turismo, indústria, ocupação urbana desordenada e má gestão dos resíduos — e o restante de ações como pesca e transporte marítimo. Uma vez nos oceanos, os fragmentos se espalham por correntes e marés, sendo ingeridos por animais e entrando na cadeia alimentar, chegando até ao corpo humano: pesquisas já detectaram microplásticos em placentas e cordões umbilicais.
Para o Sintaema, combater essa poluição exige não só uma ação coordenada entre governo, setor produtivo, ciência e sociedade, mas também uma mudança no modelo de sociedade e na visão que temos de futuro, com mudanças estruturais na forma de produzir, consumir e descartar plásticos
O sindicato lembra que a luta ambiental é também luta pela vida, pela saúde da população e pela preservação das fontes de água, diretamente ameaçadas pela contaminação química e física causada por resíduos.
O relatório da ABC apresenta propostas fundamentais que vão de revisar o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, investir em inovação e reciclagem, substituir polímeros sintéticos por biodegradáveis, até ampliar a educação ambiental e qualificar trabalhadores e trabalhadoras, como catadores e professores.
O Sintaema defende que essas medidas sejam tratadas como prioridade dentro de um projeto de formação e orientação social, e cobra políticas públicas eficazes, financiamento adequado e fiscalização rigorosa. Afinal, preservar rios, lagos e mares é proteger a nossa água, o nosso alimento e o futuro das próximas gerações.
Água limpa e meio ambiente saudável são direitos de todos. A luta contra os microplásticos é parte da luta histórica do Sintaema pela vida, pela saúde e pela soberania ambiental do Brasil.