Políticos de direita têm mais que o dobro de engajamento na web que os adversários

Tarcísio de Freitas, Silas Malafaia e Jair Bolsonaro em ato da extrema-direita na Paulista em 2024. Foto: Maria Isabel Oliveira/O Globo

Um levantamento da consultoria Bites revelou que os políticos da direita registraram mais que o dobro de engajamento nas redes sociais em comparação à esquerda, ao centro e ao centrão juntos. Os dados foram coletados entre janeiro e maio de 2025 e mostram um desequilíbrio significativo no alcance digital dos grupos políticos.

O levantamento, divulgado pela Folha de S.Paulo, analisou cinco plataformas (Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e X) e incluiu 250 nomes de destaque, como parlamentares, governadores, prefeitos de capitais, presidentes e ex-presidentes.

De acordo com o estudo, os perfis ligados à direita alcançaram 1,48 bilhão de interações, enquanto os da esquerda ficaram com 417 milhões. Os partidos de centro e centrão somaram apenas 171 milhões. A média de interações por postagem também revela o desequilíbrio: 12.894 para a direita, 4.699 para a esquerda e 3.900 para o centro.

O ex-presidente Bolsonaro, sozinho, tem mais seguidores que todos os 33 ministros de Lula com redes sociais somados. Além da força de figuras como Fernando Haddad e Marina Silva, outros integrantes do governo não possuem perfis públicos nem presença digital estruturada. A esquerda, apesar de contar com influenciadores como Boulos e Tabata Amaral, enfrenta ruídos internos e divergência de pautas.

André Eler, diretor técnico da Bites, aponta que o campo progressista é menos afinado e sofre com discursos divergentes, o que prejudica a mobilização. Ele cita o exemplo dos deputados Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), que frequentemente divergem em pautas nas redes sociais.

A pesquisa também revela que lideranças digitais da direita têm investido em influenciadores, religiosos e personalidades da cultura pop para ampliar sua capilaridade. Enquanto isso, lideranças do centro e da esquerda seguem apostando em estratégias tradicionais de comunicação, com menor repercussão e alcance.

 

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