O aumento da violência policial na região do ABC, em São Paulo, tem levado a um alto número de assassinatos, especialmente de negros e pobres. De janeiro a maio de 2025, a Polícia Militar (PM) matou 25 pessoas, superando os 38 assassinatos registrados em todo o ano de 2020. Comparando com o mesmo período do ano anterior, as mortes cresceram 127%, conforme levantamento dos dados junto a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Cor da pele e situação social como alvo

As principais vítimas são homens jovens, com 72% dos mortos pela PM sendo negros, evidenciando uma ligação entre a violência policial, desigualdade social e racismo.

O Estado brasileiro, em conluio com os governos, parece preferir exterminar essas populações ao invés de implementar políticas públicas que combatam essas desigualdades.

PM mata 3 pessoas em 6 dias

Nos últimos seis dias, foram registradas três mortes em intervenções policiais no ABC, destacando um caso em que um homem de 38 anos foi morto a tiro após uma discussão no trânsito com um policial à paisana.

Essa situação exemplifica a impunidade que acompanha a violência policial, onde os agentes agem frequentemente com excessos. O aumento dos assassinatos pela polícia tem sido notável, especialmente nas gestões dos estados como Bahia e São Paulo, onde a letalidade policial tem crescido a passos largos.

Protesto pelo fim da violência policia | Foto: Divulgação

Dos governos do PT aos da direita: a ordem é atirar antes e perguntar depois

Essa onda e escalada de assassinatos dos policias contra “possíveis ameaças” da segurança pública, junta-se com a certeza da impunidade ou branda punição a violência policial no Brasil contra negros, pobres e periféricos. E vem aumentando drasticamente nos últimos anos, com destaque para os estados da Bahia, (governada pelo PT há 16 anos) e São Paulo, governado pela direita e ultradireita há décadas.

É com base nessa falta de diferenças relevantes entre “esquerda” e “direita” que podemos afirmar que a guerra racista, erroneamente chamada ‘Segurança Pública’, é uma política de Estado.

PT, PL, Republicanos e todos os grandes partidos são promotores desta mesma lógica em todas as instâncias de governo. Basta lembrar que a estrutura militarizada das polícias foi mantida por Lula, em 2023, ao assinar a Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros.

Guerra aos negros, pobres e periféricos

Marcelo Lima (Podemos), prefeito de São Bernardo e coordenador do Consorcio Intermunicipal do Grande ABC, vem aplicando uma maior militarização da região com apoio das forças de segurança do estado, como a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), histórica e atualmente a PM mais violenta e assassina no estado de São Paulo.

Em declaração recente, Marcelo Lima afirma essa escalada de violência:

Fico muito feliz em receber a Rota nas ruas da nossa cidade. Um grupo especializado da Polícia Militar que deixa todo o nosso Estado mais seguro. Agradeço ao secretário Derrite por todo o empenho nesse processo.

Esse esforço é coordenado, obviamente, com seu aliado e ex-prefeito Orlando Morando, atual secretário de segurança publica no governo de Ricardo Nunes (MDB/prefeito da cidade de São Paulo), que junto com o governador Tarcísio de Freitas (Podemos) e o secretário de segurança pública Guilherme Derrite, vem escalando a violência e repressão nas periferias das cidades, particularmente a juventude negra e pobre, como foi a Operação Escudo na Baixada Santista.

Importante repudiar também as ações do atual prefeito Taka Yamauchi (MDB) em Diadema, onde vem atacando as concentrações culturais, particularmente do funk, nas comunidades. Utilizando a Guarda Civil Municipal (GCM), seu caveirão israelense e o absurdo de comprar drones com capacidade de jogarem bombas nessas concentrações nas periferias.

Fora Derrite! Por uma Segurança Pública desmilitarizada, sob controle do povo trabalhador

Neste cenário de aprofundamento da violência policial, é fundamental que os movimentos sociais se manifestem contra essa escalada do genocídio de negros, jovens, pobres das periferias.

Nesse sentido, a luta pela queda do secretário estadual de segurança pública Derrite tem uma importância nacional. Primeiro, porque ele é um grande símbolo do aumento da violência policial, coordenada com as prefeituras do ABC.

Segundo, porque representa um profundo processo de mudança no comando da PM de São Paulo, operado por Tarcísio, justamente para abrir caminho para a atual política assassina e coordenada com a militarização das GCMs.

Terceiro, porque os resultados escabrosos no estado são parte de um plano político de médio prazo para projetar o governador paulista nacionalmente sobre os corpos de inocentes, jovens negros e periféricos.

É necessário não ter ilusões aos governos locais. Importante organizar a luta pelo “Fora Derrite!” pode levar a uma importante vitória, que imponha um freio temporário a tudo isso, nos permita tomar fôlego e, também, para que possamos acumular forças para avançarmos rumo a uma segurança pública desmilitarizada, sob controle do povo trabalhador no ABC e no Brasil.

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Last Update: 30/07/2025